Camil (CAML3) acende sinal amarelo com juros elevados; entenda se é uma boa ter a ação
As ações da Camil (CAML3) operam com volatilidade nesta sexta-feira (14), na esteira da divulgação do balanço referente ao segundo trimestre.
O resultado divide opiniões entre analistas, com os juros elevados pesando de um lado e por outro um potencial de valorização de até 57% em um ano.
Por volta do meio-dia, as ações ordinárias da Camil subiam 1,2% a R$ 9,04. Mais cedo, na abertura, os papéis chegaram a recuar quase 2%, negociados a R$ 8,75.
No geral, os principais indicadores da empresa vieram em linha com o esperado pela XP Investimentos.
A receita líquida foi de R$ 2,697 bilhões (alta de 21,5% no ano a ano e 1,9% superior ao projetado pela XP), enquanto o Ebitda somou R$ 209 milhões (alta de 9,1% no ano a ano e 4,7% superior ao calculado pela XP).
Por que investir na Camil?
A XP reitera sua recomendação de compra para a Camil, com preço-alvo de R$ 14 ao final de 2023.
“Os investidores serão premiados pela trajetória de diversificação da Camil, mas que ainda mantém um portfólio defensivo de produtos com marcas fortes e participação de mercado relevante no setor de alimentos”, destacam os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca.
O sinal de alerta amarelo na tese de investimento reside no ciclo atual de juros elevados no Brasil.
A Camil tinha uma relação de dívida sobre Ebitda média de 1,8 vez entre 2018 a 2021, mas encerrou o segundo trimestre com uma proporção de 2,6 vezes.
“Embora os níveis ainda não sejam alarmantes, a estrutura alavancada acima da média da empresa já pesa no resultado final, pois as despesas financeiras caixa aumentaram 80%. Uma taxa Selic elevada por muito tempo pode comprometer a capacidade de fusões & aquisições“, explica a dupla.
Potencial não precificado
O Santander Brasil também recomenda a compra da Camil, com preço-alvo de R$ 13,60 ao final de 2023, partindo do pressuposto de que o mercado ainda não precificou totalmente o ganho de capital presente nas aquisições mais recentes.
Bastante conhecida pelos brasileiros por seus carros-chefes de arroz e feijão, a Camil agora passa a se aventurar nos mercados de café, massas e biscoitos.
A empresa entrou em rota de colisão com a M. Dias Branco (MDIA3), que historicamente apresenta níveis de margens superiores aos negócios da Camil.
“A Camil deve surfar a alta de preços do arroz somado à precificação do mercado aos negócios de café, massas e biscoitos adquirindo, que estão em franca fase de crescimento”, afirma o banco.
No setor de alimentos, a XP Investimentos prefere a Camil em detrimento da M. Dias Branco, com recomendação neutra, preço-alvo de R$ 30,30 ao final de 2023 e mais exposta aos picos de alta do trigo.
Por volta do meio-dia, as ações ordinárias da M. Dias Branco operavam praticamente estáveis, a R$ 41,24 cada.
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