Câmbio eleva custo da Dreyfus para venda da Biosev
A alta do dólar frente ao real aumentou os custos da Louis Dreyfus para vender a Biosev.
No mês passado, a trading de commodities agrícolas controlada pela bilionária Margarita Louis-Dreyfus chegou a um acordo para vender a empresa para a Raízen, joint venture entre Royal Dutch Shell e Cosan.
Como condição para fechar o negócio, a Dreyfus precisa resolver questões com credores e investidores. Para isso, a empresa fez uma oferta para comprar 61 milhões de ações de investidores minoritários da Biosev por US$ 2 cada, com o valor pago em reais.
As ações da Biosev foram negociadas ao equivalente a US$ 1,50 cada na segunda-feira, o que aumenta a probabilidade de que esses investidores aceitem a oferta.
Com isso, a compra de ações sairia mais cara para a Dreyfus devido à desvalorização do real, que perdeu 4,7% em relação à moeda americana desde o anúncio do acordo em 8 de fevereiro. Com base no fechamento de segunda-feira, o custo para a Dreyfus seria de cerca de R$ 690 milhões se todos os acionistas minoritário aderissem à oferta.
O real é a moeda com pior desempenho nos principais mercados emergentes este ano. O Banco Central tem feito intervenções no mercado de câmbio para segurar a alta do dólar.
Vender a Biosev será um alívio para a Dreyfus que injetou cerca de US$ 1 bilhão para resgatar a divisão de açúcar em 2018. Os R$ 3,6 bilhões que a Raízen vai pagar para adquirir a Biosev serão usados para quitar cerca da metade da dívida da empresa, enquanto o restante – cerca de R$ 4,1 bilhões – continuará sob responsabilidade da Dreyfus.