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Câmbio atual não tem graça para o agronegócio, sem contrapartida interna

24 mar 2022, 8:20 - atualizado em 24 mar 2022, 8:24
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Exportações de carnes ficam em desvantagem com a alta do real frente ao dólar (Imagem: REUTERS/Marcos Brindicci)

O agronegócio não vê nenhuma graça no câmbio atual. Dólar fraco e real valorizado derretem ganhos nas exportações.

Vender ao mundo fica mais caro, enquanto para vender no Brasil não tem comprador.

A queda de 1,45% do dólar na quarta (23), para R$ 4,84, enfraquecendo mais ainda a divisa do que já vinha, fez a soja recuar mais ainda no mercado interno, descendo para menos de R$ 200 a saca nas praças do interior.

O milho, já sem força exportadora, empaca.

Se a exportação fica mais salgada, há que baixar o valor.

As carnes sentem o baque também.

Na semana passada, foram embarcadas 30% a menos da bovina (36,7 mil toneladas), frente às semanas anteriores de março.

Os importadores tiraram o pé das compras.

Ontem, a @ superou os US$ 70, tirando mais gordura da competitividade.

E não se descarta que os chineses voltem a impor renegociações, como sempre acontece quando eles têm que pagar mais.

Há uma chance de o custo cair um pouco para os criadores, mas nem tanto que faça a diferença. Os suinocultores de Santa Catarina, escalados pela ACCS, a entidade estadual, promoverão protesto, doando carne.

Eles já estão pagando R$ 8 o kg para engordar o animal, mas vendem a R$ 5.

E por aí, vai, refletindo em tudo quanto é cadeia.