Política

Câmara Municipal nega abertura de processo de impeachment contra Crivella

19 set 2018, 14:46 - atualizado em 19 set 2018, 14:46
(Jane de Araújo/Agência Senado)

O presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Jorge Felippe, do MDB, rejeitou o novo pedido de impeachment feito contra o prefeito, Marcelo Crivella, nessa terça-feira (19).

De acordo com Fellipe, o documento não tem validade por não possuir nenhum tipo de identificação do autor. O parlamentar informou que acolherá o pedido, caso o autor compareça pessoalmente à Câmara e faça os ajustes necessários.

O novo pedido de impeachment contra Crivella foi protocolado por um servidor público candidato à deputado estadual.

Embora tenha sido articulado pela bancada de oposição ao prefeito, o pedido não traz assinaturas de vereadores.

A estratégia foi adotada levando em conta que, pelo regimento interno da Câmara, os signatários ficam impedidos de votar caso o processo seja instaurado e siga adiante.

Dessa vez, o pedido de impeachment é baseado em denúncias de que o prefeito estaria reincidentemente se servindo do cargo para promover ação de interesse pessoal.

O documento cita uma reunião com funcionários da Companhia de Limpeza do Rio de Janeiro (Comlurb), na quadra da Escola de Samba Estácio de Sá, na semana passada e relatada por jornalistas de diferentes veículos de comunicação.

Na ocasião, Crivella teria pedido votos para o filho dele, candidato a deputado federal nestas eleições e outros membros do seu partido, o PRB, entre eles, Eduardo Lopes, que busca uma das duas vagas no Senado e de quem a esposa do prefeito é suplente.

Ainda de acordo com o relato, veículos oficiais foram usados para transportar os funcionários da Comlurb após o expediente de trabalho e, também, teriam ocorrido ameaças de retaliação aos servidores que se recusassem a comparecer. A companhia nega as acusações.

O novo pedido de impeachment ocorreu três dias após Crivella ter se tornado réu em processo movido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

Ele é acusado de improbidade administrativa, em decorrência de uma reunião privada no Palácio da Cidade com cerca de 250 lideranças evangélicas, no dia 4 de julho.

No encontro, o prefeito ofereceu vantagens aos religiosos, garantindo facilidades para a realização de cirurgias de catarata, varizes e vasectomia, além de indicar dois assessores para atender às demandas.

Crivella ainda se dispôs a destravar os processos para obtenção da isenção do IPTU pelas igrejas evangélicas.

Em julho, a Câmara derrubou dois pedidos de impeachment contra o prefeito, ambos baseados neste episódio do Palácio da Cidade. Na ocasião, 29 vereadores votaram contra a aceitação do pedido, enquanto 16 defenderam a abertura do processo.

Em nota, a Prefeitura do Rio afirma que lamenta a atitude reiterada de parte dos vereadores de oposição ao tentar utilizar o instrumento do impeachment como chicana do jogo político, com o único objetivo de desestabilizar o governo em período eleitoral.

Leia mais sobre: