Política

Câmara inicia sessão de votação de sua presidência e Lira deve ser confirmado no posto

01 fev 2023, 17:16 - atualizado em 01 fev 2023, 17:16
Arthur Lira
Lira foi uma das primeiras autoridades a reconhecer o resultado das eleições gerais em outubro do ano passado que conferiram a vitória a Lula (Imagem: REUTERS/Carla Carniel)

A Câmara dos Deputados iniciou nesta quarta-feira a sessão em que ocorrerá a eleição de seu comando pelos próximos dois anos, formalidade que deve chancelar, com uma expressiva vantagem de votos, o deputado Arthur Lira (PP-AL) como o presidente da Casa por mais 2 anos.

Uma das principais lideranças do centrão, empresário, advogado e pecuarista, Lira concorre ao posto contra candidaturas pouco competitivas, colocadas de forma a marcar posições: a do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), e a de Marcel Van Hattem (Novo-RS).

Aliados de Lira chegam a falar em mais de 400 votos a favor do deputado, que conseguiu reunir em torno de sua candidatura desde bolsonaristas raiz até petistas de carteirinha.

Procurada pela Reuters, a Arko Advice estima que Lira angarie entre 307 e 340 votos. Para ser eleito no primeiro turno, um candidato precisa do voto de pelo menos 257 dos 513 deputados.

Para analistas, a confirmação da eleição de Lira é, além de resultado de sua capacidade de articulação, fruto de movimento estratégico do governo, que não apresentou oponente e manifestou-se abertamente favorável a sua postulação, e do PT, que ainda no ano passado declarou apoio formal a sua recondução à presidência da Câmara.

Esse movimento se deu também em função da necessidade, de Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo antes de assumir a Presidência da República, precisar recorrer ao apoio de Lira para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que abriu espaço fiscal para, entre outras coisas, garantir o pagamento de 600 reais do Bolsa Família.

Além de definir a pauta de votações e coordenar a distribuição de postos e relatorias, é o presidente da Câmara quem pode acatar ou rejeitar o recebimento de denúncias e pedidos de impeachment contra o chefe do Executivo.

Aliado de outrora do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lira recusou-se a analisar mais de 100 pedidos de impeachment oferecidos ao então presidente.

Também integra a linha sucessória da Presidência da República, depois do vice-presidente da República.

Apesar da proximidade com Bolsonaro, Lira foi uma das primeiras autoridades a reconhecer o resultado das eleições gerais em outubro do ano passado que conferiram a vitória a Lula, no cenário dos sistemáticos ataques do ex-presidente ao processo eleitoral e às urnas eletrônicas.