Economia

Calote da Rússia não é mais “improvável”, mas não traria crise financeira global, diz FMI

13 mar 2022, 14:51 - atualizado em 13 mar 2022, 14:51
Rússia corre risco de não pagar dívida, após sanções contra a invasão da Ucrânia
Pela culatra: invasão da Ucrânia disparou pesadas sanções contra a economia da Rússia (Imagem: Ministério da Defesa da Rússia/Divulgação via Reuters)

A Rússia pode dar calote em suas dívidas após sanções sem precedentes devido à invasão da Ucrânia, mas isso não desencadearia uma crise financeira global, disse a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, neste domingo (13).

Georgieva disse ao programa “Face the Nation” da CBS que as sanções impostas pelos Estados Unidos e outras democracias já estavam tendo um impacto “severo” na economia russa e desencadeariam uma profunda recessão neste ano.

A guerra e as sanções também teriam efeitos significativos sobre os países vizinhos que dependiam do fornecimento de energia da Rússia e já resultaram em uma onda de refugiados comparada com a observada durante a Segunda Guerra Mundial, disse ela.

A Rússia chama suas ações na Ucrânia de “operação especial”.

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Bancos têm US$ 120 bilhões de exposição à Rússia

As sanções também limitam a capacidade da Rússia de acessar seus recursos e pagar suas dívidas, o que significa que um calote não é mais visto como “improvável”, disse Georgieva.

Questionada se tal inadimplência poderia desencadear uma crise financeira em todo o mundo, ela disse: “Por enquanto, não”.

A exposição total dos bancos à Rússia somou cerca de 120 bilhões de dólares, um valor que, embora não insignificante, “não era sistematicamente relevante”, disse ela.

Georgieva disse na semana passada que o FMI reduziria a previsão anterior de crescimento econômico global de 4,4% em 2022 como resultado da guerra, mas disse que a trajetória geral permanece positiva.

O impacto seria mais grave em termos de aumento dos preços das commodities e da inflação, potencialmente levando à fome e à insegurança alimentar em partes da África, disse ela.