Fogo de palha no agro? Milho e soja seguem em patamares recordes
Após um começo de safra turbulento, que teve de tudo: seca extrema seguida de chuva abundante em algumas áreas dos Estados Unidos, além de uma estiagem prolongada seguida por geadas pontuais no Brasil, o mercado de commodities agrícolas parece ter acalmado em julho, aponta relatório mensal WASDE, divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos EUA, na sigla em inglês).
Em linha, os analistas da XP Investimentos destacam que os preços das principais commodities do segmento – milho e soja – seguem em patamares historicamente altos.
“Do lado da oferta, podemos esperar ainda alguma instabilidade: as estimativas de produção poderiam ser negativamente afetadas caso haja surpresas em termos de produtividade da safra norte-americana”, comentam os especialistas em agro Larissa Pérez e Leonardo Alencar.
Consequentemente, de acordo com o relatório obtido pelo Agro Times, produtores de grãos estariam sendo beneficiados, ao passo que empresas processadoras de alimentos, incluindo as companhias de proteínas, estariam tendo que repassar preços para mitigar a alta dos grãos, que representam custos para as mesmas.
Dentre a cobertura de empresas ligadas ao agronegócio, as favoritas da XP seguem sendo a JBS (JBSS3) e a Jalles Machado (JALL3), que inclusive chegou à B3 em fevereiro deste ano.
A estimativa para a produção global de milho na safra 2021/22 aumentou no relatório de julho, além de exportações e estoques finais maiores.
A estimativa para a produção global de soja na safra 2021/22 veio ligeiramente inferior no relatório de julho — menos 300 mil toneladas em comparação à previsão de junho.
O destaque é para as exportações do Brasil e da Argentina que foram reduzidas em 3 e 2,7 milhões de toneladas (20/21), respectivamente, uma vez que preços altos no mercado doméstico reduziram os embarques para a China, de acordo com o USDA.