Caiu o sinal? Cabos de internet do Mar Vermelho são cortados, com possível envolvimento do grupo rebelde Houthi; entenda
Nesta segunda-feira (04), autoridades registraram os cortes de três cabos submarinos do Mar Vermelho, fornecedores de internet para o mundo. Apesar de terem negado as acusações, a responsabilidade está sendo dirigida aos Houthis, grupo rebelde do Iêmen.
De acordo com a HGC Global Communications, as linhas Ásia-África-Europa 1, Europe India Gateway e Seacom–TGN-Gulf foram cortadas. O tráfego afeta 25% do Mar Vermelho e é considerado crucial para a transferência de dados da Ásia e Europa.
- Seu WhatsApp pode ser uma “mão na roda” para suas finanças: entre na nossa comunidade gratuita, In$ights, e receba análises, recomendações de investimentos e notícias do Money Times.
À Associated Press, a Tata Communications, parte do conglomerado responsável pela Seacom-TGN-Gulf, afirmou que “investimos em vários consórcios de cabos para aumentar a nossa diversidade e, portanto, em situações de corte ou empecilho no cabo, somos capazes de redirecionar automaticamente os nossos serviços”.
O Europe India Gateway se estende por 15.000 km, entre Europa, Oriente Médio e Índia, enquanto o sistema de cabos Ásia-África-Europa liga o Sudeste Asiático ao continente europeu, em um trajeto de 25.000 km.
Os cabos são financiados por empresas gigantes do setor de tecnologia, como Meta, Google e Microsoft. Pelo Mar Vermelho, além do intenso comércio marítimo, também ocorre 17% do tráfego mundial de Internet.
Conflitos no Mar Vermelho permanecem
A atuação do grupo Houthi no Mar Vermelho ocorre de forma a demonstrar apoio à Palestina, no conflito entre a nação e Israel. Os embates incluem também Reino Unido e Estados Unidos, nos esforços de fazer com que navios voltem a transitar pela região.
Segundo o jornal The Guardian, em 24 de dezembro ,um grupo afiliado aos rebeldes compartilhou a disposição dos cabos de Internet pela região.
“Existem mapas de cabos internacionais que ligam todas as regiões do mundo através do mar. Parece que o Iêmen está numa localização estratégica, já que as linhas de Internet que ligam continentes inteiros — não apenas países — passam perto dele”, afirmaram.
O líder do grupo, Abdel Malek al-Houthi, negou as acusações, afirmando que não há intenção de mirar os cabos marítimos que fornecem internet aos países da região.
Ainda não é possível afirmar como os rebeldes conseguiriam atacar os cabos, já que os membros não possuem capacidade de mergulho suficiente para atingi-los. Uma hipótese é de que as âncoras de navios da região podem ter cortado os cabos submersos.