Comprar ou vender?

Caiu de novo: Vale (VALE3) não encontra forças em pregão pós-relatório; veja 10 recomendações para a ação

19 jul 2023, 18:21 - atualizado em 19 jul 2023, 18:21
Vale
Vale divide opiniões quando o assunto é investir na ação ou não (Imagem: Vale)

A Vale (VALE3) divulgou seu relatório de produção e vendas do segundo trimestre de 2023 na noite desta terça-feira (18), mostrando dados mais inspiradores do que no balanço do primeiro trimestre.

Para uma boa parcela dos analistas do mercado, a Vale reportou números em linha com as expectativas. A XP Investimentos avalia que a companhia conseguiu apresentar melhorias tanto em volumes quanto na qualidade do minério de ferro.

Já o BTG Pactual e a Ágora Investimentos estão confiantes com o alcance do guidance de produção de minério de ferro. Com a alta anual de 6,3% no segundo trimestre, a 78,7 milhões de toneladas, analistas do banco começam a ver como “altamente alcançável” a meta estipulada pela companhia para 2023, de 310-320 milhões de toneladas do ingrediente siderúrgico.

Apesar disso, as ações da Vale operaram com fraqueza nesta quarta (19), em linha com a Bolsa local e a queda nos contratos futuros do minério de ferro na Ásia, conforme traders avaliam perspectivas de demanda diante de uma recuperação fraca da segunda maior potência econômica do mundo. Da China, os mercados também esperam anúncios de novas medidas para estimular a atividade do país, em especial o setor imobiliário.

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VALE3, uma tese de “compra”?

Dependente de sinais consistentes de melhora na economia chinesa, a ação da Vale tem dividido opiniões. Isso porque o ritmo de retomada da China ainda é uma grande incógnita para agentes financeiros. Além disso, parte do mercado enxerga tendência baixista para o minério de ferro após a forte onda de especulação que levantou os preços da commodity para níveis acima de US$ 130/tonelada.

A Genial Investimentos, por exemplo, projeta uma trajetória descendente da matéria-prima para a siderurgia, de encontro com as estimativas de US$ 95/tonelada (já considerando o efeito do aumento de oferta esperado nos próximos trimestres).

Mesmo assim, a corretora tem recomendação de “comprar” para a Vale, de olho em números mais promissores na segunda metade do ano e no desconto da ação.

“Avaliamos que o momento ideal de entrada em um papel, especialmente considerando o ambiente cíclico, ocorre quando a companhia está descontada, e não quando a curva da commodity já apreciou e a assimetria de preços foi eliminada”, destaca. O preço-alvo segue em R$ 83.

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BTG e Ágora também recomendam a compra do papel, com o banco levantando preço-alvo de R$ 94. O BTG acredita que o desempenho operacional ruim da Vale ficou para trás. A instituição também projeta recuperação para produção/expedições e custos.

O BTG também cita como ponto positivo a entrada da Cosan no conselho da mineradora, enquanto a potencial monetização do segmento de metais básicos deve ser um “modesto catalisador de liberação de valor” aos investidores de longo prazo.

Mais cautelosa, a XP tem recomendação “neutro” e preço-alvo de R$ 73.

O Goldman Sachs e a Ativa Investimentos também pesam para o lado neutro. Mesmo a resiliência dos preços do minério de ferro, a primeira instituição vê a ação precificando um cenário em que o ingrediente siderúrgico é negociado a US$ 100/tonelada, quando a expectativa para o segundo semestre de 2023 e para 2024 é de queda, a US$ 90/tonelada.

Outras instituições também reafirmaram suas recomendações para a Vale após o relatório operacional. Pelo patamar atual, a Empiricus Research tem Vale presente nas carteiras.

“Enxergamos uma boa combinação de valuation atrativo (4 vezes valor da firma sobre o Ebitda para 2023), com bom retorno de capital, seja via dividendos ou recompra de ações”, explica o analista Fernando Ferrer.

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O Santander reiterou a recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), com preço-alvo de US$ 17,50 para o ADR (American Depositary Receipt) da empresa. O Itaú BBA também está com rating de outperform, mas preço-alvo de US$ 17 ao fim de 2023 para o ativo negociado em Nova York.

O Inter Research é neutro com a ação, com preço-alvo de R$ 77. Em relatório recente de atualização, a casa cita a demanda fraca na China e a ausência de “grandes soluções à vista” para o setor imobiliário chinês, o que limita significativamente o aumento do consumo por aço.

O Bank of America mantém recomendação neutro, uma vez que vê a empresa negociando a um valuation “decente” de 4 vezes valor da empresa sobre Ebitda.