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Caiu 15% em 2023: O que 3 analistas pensam de Hapvida (HAPV3)?

15 jul 2023, 15:00 - atualizado em 15 jul 2023, 12:44
Hapvida
Três instituições atualizaram a tese de investimento da operadora de saúde (Imagem: Reprodução/ Hapvida)

As ações da Hapvida (HAPV3) estão se recuperando das mínimas do ano. Apesar da queda acumulada de cerca de 15% em 2023, a companhia, que chegou a ser negociada abaixo de R$ 2 na Bolsa no menor patamar com o mercado digerindo números ruins do quarto trimestre de 2022 e problemas de solvência, volta a ganhar a confiança de analistas e investidores.

Recentemente, três instituições atualizaram a tese de investimento da operadora de saúde. O Itaú BBA levou em consideração os primeiros sinais positivos do setor e o que foi compartilhado em evento com investidores, chegando a uma recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) e preço justo de R$ 6.

“Em linha com os últimos dados disponibilizados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e sinais antecipados divulgados durante o ‘Investor Day’, assumimos um crescimento de ticket médio de 10% em 2023 e 12% em 2024″, destaca o time de análise de Saúde do banco, em relatório da última semana.

O crescimento para a receita líquida esperada é de 17% em 2023 e 11% em 2024. Enquanto isso, os analistas avaliam um impacto de 0,8 ponto percentual na sinistralidade devido ao piso salarial de enfermeiros em 2024 (atualmente em 69,5%).

Para o Santander, que tem recomendação de outperform e preço-alvo de R$ 5,35, a Hapvida provavelmente deve continuar implementando sua estratégia com foco em rentabilidade, pautada em reajustes maiores de preço e investimentos na verticalização.

“Essas medidas, na nossa visão, devem se traduzir em menor sinistralidade, com maior eficiência de despesas com vendas, gerais e administrativas levando a uma expansão da margem Ebitda, provavelmente”, afirma.

O modelo do Santander sugere uma melhora na sinistralidade de 130 e 200 pontos-base ano a ano em 2023 e 2024, embora analistas enxerguem uma volatilidade no segundo trimestre de 2023 que pode levar a uma deterioração de 190 pontos-base ano a ano (200 pontos-base trimestre a trimestre) devido à sazonalidade.

Considerando um cenário que inclui custos maiores com enfermagem, as estimativas de Ebitda e lucro podem recuar 6% e 9%, respectivamente, em 2024, avalia o Santander, ao mencionar os riscos. A instituição avalia um potencial impacto negativo a partir do quarto trimestre de 2023.

Mais cautelosa, a EQI Research iniciou a cobertura das ações com recomendação “neutro” e preço-alvo de R$ 5 ao fim de 2023. Segundo a casa, o modelo de negócio verticalizado da Hapvida está sendo posto à prova diante do aumento da sinistralidade.

“Além disso, a companhia apresenta um elevado grau de alavancagem (cerca de 4,5 vezes) que, apesar dos recentes sinais de melhora, pode prejudicar a rentabilidade futura se não for controlado”, acrescenta.

A EQI cita ainda a “integração complexa” em andamento com a NotreDame Intermédica, que ainda precisa mostrar sinergias sem interferências para “não prejudicar a rentabilidade da rede”.