Caio Mesquita: Velhos hábitos e novas ideias
Temos que reconhecer o caráter inevitável das novas ideias.
Não sei a sua idade, mas, com 53 anos de vida, percebo em mim uma crescente resistência ao novo.
Suponho que não seja exceção.
A naturalidade com que jovens adotam o novo é bem-vinda e essencial para o avanço da espécie humana.
Duvido que tenha partido de um ancião a ousadia de domar o fogo.
Os mais novos, invariavelmente ignorantes dos riscos e sem experiência prévia em iniciativas frustradas, adotam o novo sem o custo de oportunidade de abandonar o antigo.
Resta a nós, veteranos, torcer o nariz em ceticismos ao nos deparar com as invenções da modernidade.
“Isso não vai dar certo”, repetimos com autoridade de quem já presenciou — e viveu — muitas frustrações na vida.
A casca criada nos protege. Os erros cometidos na juventude, frutos da inexperiência e da inocência, ficam para trás.
A idade, com sua sabedoria e discernimento, aumenta nossa taxa de acerto. E os erros dos mais jovens seguem confirmando o valor da experiência.
Quase sempre.
De vez em quando, porém, os experientes são contrariados em seu ceticismo.
Felizmente.
E assim a roda segue girando, levando o mundo para a frente.
As criptomoedas surgiram há mais de uma década e muitos ainda torcem o nariz e profetizam: “Isso não vai dar certo”.
No podcast de que participo, o Mesa pra Quatro, a vasta maioria dos convidados optou por não ter bitcoins no nosso quadro “Compra ou vende?”.
Estarão certos os mais conservadores?
Será o universo das criptomoedas uma enorme pirâmide feita para pegar incautos e gananciosos, e cujo inevitável desmoronamento irá confirmar a sabedoria dos descrentes?
Talvez, sim. Talvez, não.
Enquanto o jogo rola, contudo, os tokens e as moedas digitais progressivamente ocupam espaço no nosso dia a dia.
Negócios são fechados, dinheiro é investido, transações são efetuadas usando criptomoedas.
Provavelmente um suíço levará certo tempo para abrir espaço em suas operações financeiras, tradicionalmente em moeda local, para moedas digitais.
Por outro lado, venezuelanos e argentinos têm pouco custo de oportunidade em abandonar seus bolívares e pesos a favor de bitcoins.
Nesta linha, El Salvador já tornou o bitcoin sua moeda oficial, ao lado do dólar. E há um bolão rodando com as apostas de quais serão os próximos países a seguir por esse caminho.
Em nossas empresas, a representatividade do tema é crescente.
Lá na Vitreo, por exemplo, cerca de 50 mil clientes investem mais de R$ 500 milhões em fundos com lastro em cripto.
O Money Times tem um canal inteiro dedicado ao tema, o Crypto Times, enquanto o Seu Dinheiro cobre o tema com pautas diárias.
Aqui na Empiricus, nossas séries de cripto, Cripto Legacy e Exponential Coins, elaboradas pelo especialista André Franco, são lidas por cerca de 95 mil assinantes pagantes, o que demostra o enorme interesse sobre o tema.
O fascínio do tema tem sobrepujado a resistência natural das mais de cinco décadas por mim vividas.
O desconforto inicial gradualmente tem sido substituído por um entusiasmo sobre as vastas aplicações da tecnologia em nossas vidas e em nossos negócios.
Neste segunda-feira, às 19 horas, apresentarei, junto com o André, uma nova aplicação de blockchain envolvendo jogos eletrônicos que abre oportunidades interessantes para investimentos.
Um abraço,
Caio.