Opinião

Caio Mesquita: Vacina contra o descontrole

24 out 2020, 17:47 - atualizado em 24 out 2020, 17:47
EUA
Nos Estados Unidos, verifica-se também um novo crescimento no número de infectados. Por lá, o aumento já configura uma terceira onda da pandemia (Imagem: Pixabay)

Vivemos uma semana de recordes.

Enquanto aqui no Brasil debatemos se queremos ou não a vacina chinesa que promete nos proteger do coronavírus, tanto a Europa como os Estados Unidos vivenciam novas ondas com recordes de aumento de casos de Covid-19.

No velho continente, os números preocupam. Vários países, entre eles Itália, França e Reino Unido, registram índices inéditos de novos casos de contaminação, enquanto o número de vítimas fatais cresce, porém a taxas mais moderadas.

Nos Estados Unidos, verifica-se também um novo crescimento no número de infectados. Por lá, o aumento já configura uma terceira onda da pandemia.

Na contramão, com casos e mortes decrescendo e sem mostrar sinal algum de uma temida nova onda, o Brasil parece ter passado para o hemisfério norte o epicentro da pandemia, pelo menos por enquanto.

Com a sensação de que o pior já ficou para trás, o clima parece aos poucos estar se desanuviando por aqui.

Apesar de ainda distante dos níveis do início do ano (em dólar, então, estamos longe demais), o Ibovespa vai gradualmente recuperando o fôlego, parecendo ter encontrado um piso firme nos 100 mil pontos.

O recorde por aqui ficou por conta da intensa atividade na  oferta de ações na B3. Já foram levantados mais de R$ 100 bilhões nesse tipo de operação e o pipeline de IPOs está agitadíssimo. O  Money Times  tem uma seção inteiramente dedicada às novas empresas que estão chegando ao mercado.

Na contramão, com casos e mortes decrescendo e sem mostrar sinal algum de uma temida nova onda, o Brasil parece ter passado para o hemisfério norte o epicentro da pandemia (Imagem: Pixabay)

Apesar de louvável, o movimento de abertura de capital parece estar trazendo precificações acima do valor justo, devidamente bombadas por bancos de investimento remunerados por fartas comissões. Nesta semana, o Felipe Miranda  tratou muito bem  do tema.

Não parece ser coincidência que, sistematicamente, os preços das ações ofertadas têm sido ajustados para baixo quando do fechamento das ofertas, como vimos no exemplo recente da varejista de roupas esportivas Track & Field.

Outro recorde relevante ficou por conta da valorização recente do bitcoin (BTC). Esta semana, a principal moeda digital chegou à sua maior cotação histórica em reais, superando a marca de R$ 70 mil, em meio a uma série de notícias positivas para o ativo.

Apesar de o preço em dólar do BTC ainda estar longe do seu pico do final de 2017, há fortes razões para acreditarmos que estamos vivenciando o início de um bull market em criptomoedas.

Nosso guru de cripto, André Franco, trouxe bons argumentos para embasar seu otimismo quanto às perspectivas de valorização do bitcoin.

Na última edição da série Exponential Coins, o especialista analisou importantes indicadores sobre o animado clima vivido pelos investidores do ativo.

Só para dar um exemplo, a posição de bitcoins estacionados em exchanges está em níveis historicamente baixos.

Deixar as moedas nas exchanges mostra uma propensão a uma venda rápida. Ao passar suas posições para carteiras mais seguras, os investidores demonstram que pretendem segurá-las no longo prazo.

A tendência de valorização de longo prazo do BTC vai muito além dos que já investem e acompanham a moeda digital.

Nesta semana, o PayPal divulgou que passará a aceitar bitcoins em sua plataforma.

Anúncios assim tem se tornado cada vez mais frequentes no noticiário corporativo, na onda da popularização dos meios digitais de pagamento.

E até mesmo bancos centrais já começam a integrar as criptomoedas em suas plataformas.

Voltando ao tema do início da newsletter, já não é de hoje que vemos excessos fiscais e monetários nas principais economias mundiais.

Nesta semana, o PayPal divulgou que passará a aceitar bitcoins em sua plataforma (Imagem: Reuters/Fabrizio Bensch)

Os abusos da última década foram ampliados em 2020, com o grande resgate montado para enfrentar os impactos da pandemia.

No âmbito fiscal, não há precedentes para os déficits públicos gerados este ano. Na política monetária, os inflados balanços dos bancos centrais causam desconfiança e preocupação.

As novas ondas do vírus nos forçam a esperar por alguma normalização só no ano que vem, na melhor das hipóteses.

Criptomoedas em geral, e o bitcoin em especial, apresentam-se como um refúgio contra as incertezas que vêm assombrando as moedas fiduciárias ao redor do mundo. Uma verdadeira vacina contra o descontrole.

Diante de tudo isso, torna-se essencial integrar o bitcoin dentro de um portfólio diversificado. Além da proteção natural da diversificação, temos a possibilidade de ganhos verdadeiramente exponenciais com a valorização do BTC.

Para saber mais sobre o tema, fique de olho no anúncio de uma live, com a participação de André Franco, sobre a recente valorização do bitcoin e suas perspectivas, que será realizada em nosso canal do YouTube na semana que vem. Comunicaremos o dia e o horário em breve.

Ainda sobre lives, na segunda-feira, o Felipe encerra o ciclo com suas 21 lições sobre investimentos. Recomendo fortemente que você entre no Instagram dele para conferir. Ainda há novas lições apresentadas ao vivo, sempre às 12h21, neste fim de semana.