Caio Mesquita: Sobre o tempo
“Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu:
tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou,
tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir,
tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar,
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter,
tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de lançar fora,
tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar,
tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz.”
Eclesiastes 3:1-8
Começamos a semana com um anúncio importante. Antes disso, porém, compartilho uma estória sobre o tempo.
Na mitologia da Grécia antiga, Chronos era o deus do tempo.
Chronos, casado com Reia, sua irmã, teve seis filhos. Para evitar a realização de uma profecia de que ele seria deposto por um de sua prole, Chronos engolia seus filhos logo depois de nascerem. O único que escapou foi Zeus, salvo pela mãe, que ludibriou o marido trocando o filho por uma pedra embrulhada num pedaço de pano.
Uma vez adulto, Zeus conseguiu libertar os irmãos ao fazer com que o pai os vomitasse após tomar uma poção mágica. O revés de Chronos foi também a derrota do tempo e, assim, seus filhos tornaram-se imortais.
Por sua vez, como deus dos deuses, Zeus teve inúmeros filhos com várias mulheres. Seu caçula foi Kairós, cuja mãe era Tique, a deusa da prosperidade e da fortuna.
Kairós era descrito como um jovem atlético e belo, que sempre andava nu e tinha somente um cacho de cabelos na testa. Extremamente ágil, a única maneira de detê-lo seria agarrando-o por esse topete. Os romanos deram a ele o nome de Tempus.
Na mitologia grega, Chronos representa o tempo real que passa, contado em minutos, horas, dias e anos. Como estamos limitados pelo tempo em nossa habilidade em realizar, temos necessariamente que nos submeter a Chronos.
Temos clara noção da passagem do tempo e da impressão que ela nos causa. Vemos a ação de Chronos quando olhamos no espelho, quando encontramos nossos pais, quando observamos nossos filhos, ou quando relembramos, om cada vez mais esforço e menos precisão, daqueles que já se foram.
O tempo de Chronos nos devora, sempre e incessantemente.
Por outro lado, Kairós pouco se importa com a passagem do tempo cronológico. O tempo de Kairós possui natureza qualitativa, o instante indeterminado em que algo especial acontece. É o momento oportuno para a realização de algo específico.
Interessante que possamos encontrar a melhor definição de Kairós dentro do texto bíblico, mais especificamente em Eclesiastes, do Velho Testamento.
Lá aprendemos que há tempo para nascer e há tempo para morrer. Há tempo para plantar e há tempo para colher. Há tempo para tudo.
Voltando ao início, começamos a semana anunciando que a Vitreo, em breve, passará a se chamar Empiricus também.
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A Empiricus Investimentos chegou no seu tempo.
Um abraço,
Caio.