Opinião

Caio Mesquita: Scar e suas hienas

04 nov 2018, 13:03 - atualizado em 04 nov 2018, 13:03

Caso você leia esta newsletter há algum tempo, sabe do meu ceticismo sobre a efetividade das ações governamentais em nossas vidas privadas.

Como em um jogo de cartas marcadas, no qual o pato somos nós, as estruturas foram montadas para tirar recursos dos que produzem, transferindo-os para os parasitas, que se apropriam da geração de valor.

Pensando o Brasil como um corpo e nós como suas células, sofremos um caso gravíssimo de infestação de parasitas. Os vermes espertamente fartam-se com os recursos produzidos, deixando ao hospedeiro o mínimo necessário para que siga sobrevivendo e sustentando os próprios parasitas.

Contudo, além de cético, sou pragmático. Sei que governos não desenvolvem nações, mas, sim, seus próprios cidadãos. O contrário, porém, pode acontecer. Maus governos destroem países inteiros. Além do exemplo óbvio da Venezuela, temos algo próximo aqui – com o fim do Brasil da Dilma e a maior recessão econômica da nossa história.

Por conta disso, não posso esconder meu enorme alívio quando vi o candidato do Partido do Trabalhadores derrotado no domingo passado.

À semelhança da destruição feita pela turma de hienas do vilão Scar no já clássico desenho “O Rei Leão”, da Disney, vivemos numa terra arrasada pelo populismo de esquerda, que vem nos devastando há 16 anos.

A simples alternância de poder já seria motivo de celebração. A passagem de bastão entre esquerda e direita é parte essencial da democracia, ao contrário do que apregoam os seus autointitulados defensores.

Adiciona entusiasmo à situação a própria direção do movimento. Como empresário, brasileiro e pai de família, vejo a livre-iniciativa e a liberdade econômica, conceitos caros à direita, como as únicas formas de crescimento e desenvolvimento sustentável para o país, apesar do que dizem Roger Waters e Caetano Veloso.

A propósito, foi justamente em meio a este movimento pendular que o Felipe Miranda, da Empiricus, e o Pedro Cerize, da Inversa, anteviram o bull market que começa agora a tomar forma.

O Felipe “virou a mão” na Bolsa, passando a recomendar o aumento em posições de risco, lá atrás, no segundo semestre de 2015, quando ainda tínhamos a Dilma como presidente e o Ibovespa lutando para manter os 40 mil pontos.

A profundidade da crise de então criava as condições para que fosse quebrado o consenso de esquerda que nos dominou desde a virada do século.

Voltando ao momento atual, me vejo entusiasmado com esses primeiros dias após a confirmação de Jair Bolsonaro como presidente da República.

Já em seu discurso da vitória, lido daquela forma pitoresca que lhe é peculiar, Bolsonaro deu ênfase à necessidade de equilíbrio nas contas públicas e salientou a importância da livre-iniciativa para o desenvolvimento do país.

Pautas como a reforma da Previdência, a independência do Banco Central e o combate à corrupção e ao crime organizado (com a nomeação do juiz Sérgio Moro para a pasta da Justiça) confirmam que este governo tem boas ideias.

Há possibilidade real de estarmos entrando em um longo ciclo de apreciação dos ativos por conta de um governo bem-intencionado.

O papel de nossas empresas neste momento está em trazer as melhores ideias e informações para ajudá-lo a aproveitar as oportunidades que se apresentam.

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