Empiricus Research

Caio Mesquita: Por que ex-atletas profissionais quebram

08 jun 2019, 15:19 - atualizado em 17 jun 2019, 15:32

Por Caio Mesquita, CEO da Acta Holding

Você sabe a diferença entre estoque e fluxo?

Parece banal, mas está aí uma das questões-chave do sucesso da construção de riqueza. A boa compreensão disso pode fazer a diferença real entre o conforto e o estresse financeiro.

Aparentemente, a imensa maioria das pessoas não entende. Estão aprisionadas no fluxo, pois não têm e não se planejam para ter estoque.

Explico.

Do ponto de vista das finanças pessoais, por fluxo compreende-se a geração de caixa do indivíduo. Um assalariado, mesmo que receba o mínimo, tem uma geração de caixa. Aquele drama do salário mais curto que o mês acontece quando o fluxo não é suficiente para cobrir as saídas do mês. O tal do fluxo de caixa negativo.

O conceito de fluxo só faz sentido dentro de uma dimensão temporal. Ganhar mil reais por mês é pouco, mas por hora é muito e por minuto é espetacular. Enquanto no Brasil fala-se em salário mensal, nos Estados Unidos o americano só pensa em remuneração anual.

Conheci na Índia gurus que se recusam a acumular qualquer bem material. Não só vivem de esmola e doações, como só aceitam o que podem consumir no mesmo dia. Ter fluxo excedente para o próximo dia, mesmo na forma de comida, é visto como uma avareza mundana.

Um fluxo de caixa volumoso não se traduz necessariamente em construção patrimonial consistente. Atletas profissionais ilustram bem a armadilha de se considerar rico quem ganha bem no momento.

Segundo a revista americana Sports Illustrated, 78 por cento dos ex-jogadores da NFL quebram financeiramente em até dois anos de aposentadoria. E trata-se da liga com a maior média de salários do mundo.

Por outro lado, o estoque de ativos de um indivíduo é o que determina a verdadeira riqueza de uma pessoa e é a única expressão verdadeira da independência financeira.

Enquanto o fluxo é um filme, que passa e é determinado com o tempo, o estoque é uma fotografia dos bens que temos.

O ranking da Forbes trata do estoque de ativos dos bilionários, se possível ajustado a valores de mercado. Pouco interessa o fluxo de rendimentos anuais de Jeff Bezos, Bill Gates ou Bernard Arnault. O primeiro, inclusive, não recebe dividendo algum de sua Amazon, até porque a gigante do varejo americana ainda não debutou seu programa de distribuição de proventos.

E como transformar fluxo em estoque e se livrar da arapuca dos ex-atletas quebrados?

Há uma infinidade de métodos e livros que ensinam como organizar as finanças pessoais de forma a gerar fluxo excedente. Mas todos poderiam ser resumidos a uma fórmula básica: é preciso ganhar mais do que se gasta. Invariavelmente, esses métodos focam no controle de gastos (e dá-lhe planilha de gerenciamento de custos domésticos e contagem de cafezinhos).

Difícil imaginar que se pode construir um estoque patrimonial simplesmente controlando gastos. O verdadeiro caminho para a afluência financeira passa por aumentar o fluxo. Em outras palavras, você tem que trazer mais dinheiro para casa.

Negócio próprio, investimentos alternativos, atividades geradoras de renda, melhor remuneração profissional. Há dezenas de maneiras de ganhar mais dinheiro, inclusive de forma combinada. Construir riqueza passa por estratégias assim.

Eu tenho o privilégio de ter como sócio e mentor um dos maiores especialistas em geração de riqueza, Mark Ford — tendo aplicado suas ideias tanto na minha vida pessoal como empresarial. O sucesso da Empiricus e das demais empresas do Grupo Acta é exemplo do impacto positivo do aconselhamento do Mark.

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