Caio Mesquita: Para que serve janeiro?
Poucos questionam que o estabelecimento de metas seja relevante para a obtenção de sucesso em nosso desenvolvimento pessoal.
Adotar uma postura ativa, assumindo as rédeas do nosso futuro, nos dá parâmetros e referências para avançarmos na busca de objetivos que façam sentido para nós mesmos.
Empresas bem-sucedidas dominam os processos de definição e medição de objetivos e metas.
A partir de uma visão de longo prazo, determinam-se os checkpoints intermediários num constante processo de apuração e feedbacks.
Como exemplo, para “ser a maior e melhor plataforma de educação financeira para pessoas físicas no Brasil na próxima década”, é preciso buscar avanços periódicos quantitativos (número de assinantes) e qualitativos (satisfação dos assinantes) que progressivamente consolidem a visão de longo prazo.
Trazendo agora o componente humano, os objetivos macro das organizações são os parâmetros para definir as metas individuais dos colaboradores. Assim, cada um sabe o que deve fazer para que a empresa prospere. Para garantir um melhor alinhamento de interesses, aplica-se um sistema de remuneração variável (bônus, comissões, participação nos lucros, etc.) e, assim, todos remam para o mesmo lado.
Sai agora a pessoa jurídica e entra a pessoa física.
Do mesmo modo que empresas, pessoas de sucesso também se utilizam de um sistema de metas e objetivos claros para seu desenvolvimento.
Há exceções, claro. Intuitivos, sortudos, abençoados por Deus e bonitos por natureza, que prosperam organicamente, dispensando planejamento prévio.
Se você é um deles, sorte sua. Afinal, em time que está ganhando não se mexe. Aos demais, entre os quais me incluo, aproveite esta época propícia do ano para se planejar. E faça isso de uma maneira estruturada, colocando no papel (ou na tela do computador) metas e objetivos tangíveis a serem atingidos.
Traçando ainda um paralelo com o planejamento empresarial, estabeleça alvos para as diferentes áreas de sua vida, assim como companhias colocam metas para cada um de seus departamentos.
O que queremos conquistar no ano como pais ou mães que somos? Como esposos e esposas. Como filhos, como amigos. Tente definir metas objetivas, que possam ser medidas e acompanhadas.
Na saúde, que hábitos precisamos modificar para chegarmos ao fim do ano em melhor forma do que iniciamos? Qual será a rotina de exercícios, de quais alimentos abriremos mão e a quais daremos preferência?
Em nossa profissão e negócios, qual será a prioridade? Quais os pontos para melhoria? Chegou a hora de uma mudança radical? De mudar de área, de atividade? Mudar de cidade, de estado? Sair do Brasil? Voltar ao Brasil? Novamente, tente ser o mais objetivo possível para facilitar o acompanhamento.
A lista das esferas a serem desenvolvidas é grande e depende das preferências individuais.
Cultura, educação, hobbies, lazer, turismo, e por aí vai.
E não podemos finalizar sem tratar da vida financeira e das nossas metas como investidores.
Que aspectos você focará neste novo ano? Tem dívidas? Pensa em reduzi-las? Se tem investimentos, como pensa em se preparar para as oportunidades que virão? Qual o seu perfil? Qual a sua tolerância a risco?
Esta semana, um velho amigo do colégio me procurou para receber orientações sobre os seus investimentos. Semi aposentado, bem de vida, com boa liquidez, disse que estava em dúvida entre se dedicar ao day trading ou ao investimento em fundos. Respondi que, apesar de atividades absolutamente distintas, ambas são conciliáveis desde que colocadas nas devidas caixinhas. Aconselhei-o a traçar quais seriam seus objetivos com investimentos (valorização patrimonial, renda, diversão — por que não?) e, assim, alocar seus ativos e sua atenção de maneira proporcional.
De novo, defina metas objetivas e com acompanhamento prático.
Quer investir no exterior? Quer montar uma carteira de renda? Pensa em dar atenção a criptomoedas? Que tal colocar isso como um compromisso a ser cumprido?
Cursos, livros, congressos. Estabeleça metas também de educação financeira.
Ainda estamos na primeira semana do ano. Há tempo para se planejar, mas não muito.
Comece já.
Um abraço,
Caio.