Caio Mesquita: Onde os sonhos acontecem
Terminei recentemente a leitura do livro “Onde os Sonhos Acontecem”, biografia de Bob Iger, o CEO que comandou o formidável crescimento da Disney (DISB34) nas últimas duas décadas.
Recomendo fortemente a obra a todos os entusiasmados pelo mundo dos negócios. Uma vez iniciada, é praticamente impossível interromper a leitura, pois o texto agradável e a narrativa contagiante garantem uma viagem deliciosa pelo fascinante universo da empresa que nos acompanha desde a infância.
Impactou-me especialmente a descrição das relações pessoais que Iger foi estabelecendo durante sua exitosa carreira.
Nota-se como o executivo entende perfeitamente a relevância dos personagens dentro da dinâmica empresarial.
Para Iger — e eu concordo inteiramente com ele —, corporações são parte da expressão humana. Assim, para entendê-las e valorizá-las, é fundamental compreender as personalidades das pessoas que as lideram.
No livro, Bob Iger descreve com precisão o estilo das pessoas que foram relevantes em sua carreira. Superiores, colegas e subordinados vão sendo apresentados com o autor descrevendo sua adaptação aos diferentes estilos.
O livro fica especialmente interessante quando Bob Iger assume a posição de CEO da Disney.
Seu antecessor, Michael Eisner, enfrentou e perdeu uma dura disputa com alguns membros do conselho de administração, notadamente Roy Disney, sobrinho do fundador da empresa.
A Disney entregue por Eisner estava enfraquecida por uma sucessão de fracassos cinematográficos. Os blockbusters dos anos 1990 como “O Rei Leão”, “Aladdin”, “Pocahontas” e “A Bela e a Fera” ficaram no passado, e os títulos que os sucederam, como “Fantasia 2000”, “Lilo & Stitch” e “Atlantis” já não emocionavam as plateias.
Para piorar, Eisner se desentendeu com Steve Jobs, então líder da Pixar, a parceira responsável pelos únicos sucessos de que a Disney participara no início do século.
Bob Iger tinha claro que o coração da Disney estava no departamento de animação. Além das receitas de bilheteria, sucessos de animação revigoram as demais áreas da empresa como visitação a parques, vendas de merchandising e séries de TV.
Consertar a Disney passaria por reinventar sua mítica Disney Animation, mas Iger tinha reservas quanto à capacidade dos que estavam lá para reverter o rumo.
A solução veio na forma da aquisição da Pixar, que Iger tratou diretamente com Steve Jobs. O livro percorre todos os detalhes do negócio, considerado improvável por todos, até por Bob Iger. Para o CEO da Disney, o grande trunfo da aquisição estava justamente em trazer para a Disney as pessoas responsáveis pelo sucesso da Pixar, em especial John Lasseter e Ed Catmull, além, obviamente, de Steve Jobs, que, com as ações recebidas pela venda, tornou-se o maior acionista individual da Disney.
A operação foi um golaço e virou estudo de caso do potencial de geração de valor de uma aquisição para ambos os lados, comprador e vendedor.
A injeção de adrenalina da Pixar no coração da Disney deslanchou o gigante do entretenimento para uma nova fase de sucessos e prosperidade, abrindo o caminho para outras aquisições igualmente exitosas como Marvel, Lucasfilm e 21st Century Fox.
O diagnóstico certeiro de Iger sobre o protagonismo da animação dentro de sua empresa me fez pensar no que a Empiricus traz de diferencial aos seus assinantes e ao mercado em geral.
Assim como Walt Disney iniciou o que viria a ser um império com seus cativantes desenhos animados, absolutamente originais e inéditos à época, a Empiricus nasceu a partir da ideia também inédita de trazer research de investimentos de qualidade para as pessoas físicas.
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Um abraço,
Caio.
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