Opinião

Caio Mesquita: Acabaram as newsletters

27 jan 2019, 16:42 - atualizado em 27 jan 2019, 16:42

Por Caio Mesquista, CEO da Acta Holding

“Querida, acabaram as nossas assinaturas de publicações de investimentos. Precisamos urgentemente repô-las. Não podemos viver sem elas!”

A frase acima é obviamente ficcional. Como diz o nosso sócio  Mark Ford, da Agora, ninguém acorda pela manhã preocupado com a ausência de publicações e newsletters de investimentos.

O nosso produto, ideias de investimento empacotadas em periódicos de entrega digital, está longe de ser um item de primeira necessidade.

Podemos passar dias, meses, anos sem eles. No caso brasileiro, passamos uma vida toda sem nos dar conta da falta de acesso a ideias de investimentos produzidas por uma fonte independente (fora dos grandes bancos, corretoras e afins).

Uma pesquisa promovida pela Anbima, uma associação de participantes do mercado de capitais, mostrou que 41 por cento dos investidores brasileiros se informam com seus gerentes de banco ou corretores (e 11 por cento, nos aplicativos das instituições). E mais: que 33 por cento dos investidores fazem dos amigos sua principal fonte de aconselhamento.

Ou seja, o brasileiro não está acostumado a pagar (pelo menos não diretamente) por informação que o ajudará a investir melhor.

Como dizem por aí, “de graça até injeção na testa”. Ou “de graça até ônibus errado”.

Veja você o tamanho do desafio que temos aqui na Acta, especialmente no que diz respeito à Empiricus e à Inversa, para desenvolver um modelo de negócio que está baseado na comercialização de algo que as pessoas podem receber gratuitamente. E pior, diferentemente do parágrafo ficcional com o qual abri este texto, vendemos algo que não é imprescindível para a vida das pessoas, terceirizando nosso futuro financeiro àqueles que nos oferecem seus próprios produtos de investimento.