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Caio Mesquita: A volta dos bons tempos

24 abr 2021, 11:00 - atualizado em 23 abr 2021, 21:57
“Com um bem-sucedido plano de vacinação, que já aplicou pelo menos uma dose em 40% da população, os Estados Unidos parecem ter virado de vez a página da pandemia”, escreve o colunista (Imagem: Unsplash/Gaetano Cessati)

Na semana passada, o empresário da noite de Miami David Grutman e seu sócio e superstar da música pop, Pharrell Williams, inauguraram um novo hotel que promete ser o ponto quente da temporada de South Beach, o The Goodtime Hotel.

 O valor investido não foi divulgado, mas é fácil concluir que a dupla não economizou na montagem do ambicioso empreendimento.

Ocupando um terreno de 10 mil metros quadrados, sendo um terço disso dedicado à área da piscina e seu pool club, o projeto reuniu a nata do design norte-americano, juntando o arquiteto nova-iorquino Morris Adjmi, o paisagista Raymond Jungles e o decorador Ken Fulk.

Inaugurando o point, compareceram ricos e famosos como Kim Kardashian, David Beckham e sua esposa, Victoria, e até a nossa Anitta.

Nas fotos divulgadas, tanto pelas redes sociais como na cobertura jornalística, sobraram glamour e sorrisos e faltaram máscaras e distanciamento social.

Os efeitos da Covid-19 ainda ceifam diariamente quase mil vidas americanas e mais de 60 mil pessoas ainda testam positivo a cada dia por lá. Apesar de elevados, os números são frações do que era registrado no início do ano.

Com um bem-sucedido plano de vacinação, que já aplicou pelo menos uma dose em 40% da população, os Estados Unidos parecem ter virado de vez a página da pandemia. 

Há cerca de um mês, quando recebemos no nosso podcast RadioCash o mestre do varejo José Galló, o executivo relatava a euforia dos consumidores voltando às lojas na mesma Miami em que Williams e Grutman inauguraram o seu empreendimento hoteleiro.

Não é à toa que o rali da reabertura segue de vento em popa por lá.

Somente o pacote tributário de Biden, que promete abocanhar até 50% dos ganhos de capital dos americanos, conseguiu conter uma longa sequência de altas que trouxe o índice Dow Jones ao seu ponto mais alto da história.

Os setores mais atingidos pelo fechamento têm sido os mais beneficiados na volta. O ETF SPDR S&P Retail, por exemplo, que reúne ações de empresas do varejo americano, acumula uma alta de mais de 40% desde o início do ano.

Quando era pequeno, lembro de esperar meses para a chegada de um filme blockbuster no Brasil depois de sua estreia no mercado doméstico americano. Atualmente, não há mais esse atraso com os lançamentos simultâneos internacionais.

Sobre a pandemia e a volta da economia no Brasil, tudo indica que teremos o mesmo padrão dos aguardados filmes da minha infância. 

Análogo ao observado nos Estados Unidos no início do ano, os terríveis números da pandemia vividos por aqui no mês de março dão sinais de arrefecimento.

A combinação das medidas de restrição na mobilidade com o avanço da vacinação parece finalmente ter domado a fúria do vírus. A ocupação dos leitos hospitalares mostra evolução e a expectativa é que haja uma melhora significativa já no mês de maio.

Voltando aos mercados, começa a crescer a expectativa da iminência de um rali de reabertura no Ibovespa. Ações de setores afetados pela pandemia, como varejo e shoppings, devem liderar essa volta.

Cabe-nos acompanhar e nos posicionar.

Afinal, como me disse uma vez o Rodolfo Amstalden, curvas exponenciais também se desaceleram exponencialmente.

Deixo você agora com os destaques da semana.

Um abraço e boa leitura,

Caio

P.S.: Fique atento à sua caixa de e-mail no fim da tarde deste domingo e na manhã de segunda-feira.

Abriremos para todos os assinantes os três casos de ações exponenciais com gatilhos para iniciar altas de mais de 100% nas próximas semanas.