Colunistas

Caio Davidoff: Consumo interno – Feliz 2020?

02 maio 2019, 17:19 - atualizado em 02 maio 2019, 17:19

Por Caio Davidoff – Fundador e CEO da Pagcom

Com a expetativa de um novo governo, alguns indicadores melhoraram no inicio do ano. No entanto, algumas indefinições, o atraso na previdência, e os atritos no alto escalão do governo causaram uma pressão no mercado financeiro. Previsões do PIB brasileiro estão caindo mês a mês, indicando para os próximos meses um cenário de apreensão, controle de expectativa e corte de custos.

O brasileiro está sofrendo como nunca para conseguir recuperar renda depois de um período de crise e recessão econômica. A previsão é que ainda há o risco de essa situação se prolongar.

Para se ter uma ideia, o padrão de vida, medido pela divisão do Produto Interno Bruto (PIB) pelo número de habitantes, estagnou em R$ 32 mil. Esse resultado mostra uma queda de 9% em relação ao pico – que foi alcançado no primeiro trimestre de 2014.

De acordo com o IBGE, ao menos 13,1 milhões de pessoas estão desempregadas, enquanto, em março, a inflação geral em 12 meses chegou 4,58% e a inflação de alimentos e bebidas atingiu 6,73%. Pressionado pelo aumento do desemprego e da inflação da comida e também pela queda na renda, o consumo de alimentos, bebidas, produtos de higiene e limpeza dentro da casa dos brasileiros sofreu um baque.

Em janeiro e fevereiro, houve uma queda de 5,2% no número de unidades de itens básicos comprados pelas famílias em relação ao mesmo período de 2018, aponta pesquisa da consultoria Kantar. Foi a primeira retração para o período em cinco anos.

Também foi a primeira vez desde o início da pesquisa, em 2014, que houve recuo nas compras de todas as cestas de produtos, com retrações importantes em produtos básicos e de difícil substituição. A amostra retrata as compras de 55 milhões de domicílios ou 90% potencial de consumo do País.

Diante de tantos obstáculos, o desânimo vem dominando o humor geral quando o assunto é fazer compras. O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recuou 1,9% de março para abril, a segunda queda mensal consecutiva em 2019, após o recuo de 0,4% de fevereiro para março.

A fraqueza da economia no primeiro trimestre deste ano deixa indefinido o cenário para o consumo dos brasileiros em 2019. O que preocupa especialistas, com os baixos índices de confiança, é o crescimento do consumo das famílias – o chamado “motor” de crescimento da economia. Agora é torcer para que a aprovação de reformas possa contribuir com uma possível melhora em 2019, ou se teremos que esperar para progredir só em 2020.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar