Economia

Caged: carreiras na linha de frente contra covid-19 tiveram perda real

31 mar 2020, 19:51 - atualizado em 31 mar 2020, 19:51
Laboratório
As contrações dos biomédicos tiveram valor médio de R$ 2.557,18, reajuste também de 3,08% sobre a média do ano anterior R$ 2.481,61 (Imagem: Pixabay)

Um levantamento feito a partir de dados oficiais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostra que a maioria das carreiras que hoje está mobilizada no combate à disseminação do novo coronavírus e no atendimento a enfermos, vítimas da pandemia, sofreu queda real nos vencimentos em 2019.

Salários de profissionais contratados no ano passado como enfermeiros, biólogos, biomédicos, biotecnologistas, químicos e farmacêuticos, portadores de diploma de ensino superior, perderam poder aquisitivo face a reajuste abaixo da inflação.

O estudo foi divulgado pela plataforma Quero Bolsa, utilizada por estudantes para obtenção de auxílio no ingresso em faculdades privadas em todo o país.

Conforme nota distribuída à imprensa, as contratações de enfermeiros em 2019 tiveram valor médio R$ 3.309,99 – 3,08% acima do valor no ano anterior (R$ 3.211,23).

O percentual é abaixo da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ao longo do ano passado foi 4,3%.

As contrações dos biomédicos tiveram valor médio de R$ 2.557,18 – reajuste também de 3,08% sobre a média do ano anterior (R$ 2.481,61).

Entre os farmacêuticos, o índice de aumento das remunerações foi 2,94% – passando de R$ 3.125,57 em 2018 para R$ 3.217,48.

No caso dos biotecnologistas, o aumento do valor médio das contratações foi de 2,17% – subindo de R$ 3.603,71 para R$ 3.681,96. Já os químicos perceberam reajuste de 1,34% – de R$ 4.279,07 para R$ 4.336,34.

Em termos de percentuais de ajustes, a pior situação verificada foi a dos biólogos – o salário médio pago nas novas contratações teve baixa de 0,7% entre 2018 e 2019.

“O valor recebido pelos profissionais passou de R$ 3.102,22 para R$ 3.080,63”, aponta a nota da plataforma.

Segundo a Quero Bolsa, as carreiras da medicina envolvidas na prevenção e cuidados aos doentes “tiveram ganho real de salário”. De acordo com a comparação, “em média, médicos clínicos receberam R$ 6.596,75, em 2019, alta de 6,65% em relação a 2018, quando o salário pago foi de R$ 6.185,47.

Já os médicos infectologistas receberam R$ 6.958,02, alta de 8,17% em relação a 2018. Naquele ano, o salário médio foi de R$ 6.432,4.”