Café: queda nas cotações internacionais pode ser revertida logo, dizem analistas
A recente queda nos preços do café pode ser revertida em breve, levando a possíveis ganhos de até 25% nas próximas semanas, estimam analistas.
As cotações vêm operando em baixa por um longo período, influenciadas pelo colapso da moeda vietnamita, além de uma perspectiva considerada excessivamente otimista para a safra brasileira.
“Acho que o estágio de pânico acabou e estamos prestes a enfrentar uma alta significativa do mercado de baixa”, disse o presidente da Hackett Financial Advisors, Shawn Hackett.
Apesar de não ser tão expressiva, a tendência de alta para até 200 centavos de dólar é significativa o suficiente para entrar no radar dos investidores.
Os preços do grão sofreram uma queda significativa nos últimos meses. Uma libra-peso de grãos de arábica foi vendida recentemente por cerca de 160 cents, queda de 34% em comparação com a alta recente de 243 cents, em 25 de agosto, de acordo com o TradingEconomics.com. Isso pode ter acontecido por dois motivos em especial.
Um deles é a diminuição da preocupação com a escassez de oferta em relação ao ano passado, quando a safra foi atingida por um clima desfavorável.
A primavera no Brasil trouxe o que Hackett chamou de “fantástica época de floração” dos cafeeiros, que pode ser a melhor desde 2019. Uma boa temporada de floração é um passo fundamental para uma safra favorável o que, por sua vez, levou os traders a terem uma perspectiva de baixa para os preços.
Outro fator baixista para o grão foi o dólar fortalecido ter levado produtores vietnamitas de café robusta a vender sua safra em massa, causando uma queda nos preços do grão. “A valorização do dólar é um incentivo para os agricultores venderem suas colheitas porque obtêm mais em termos de moeda local”, explicou o estrategista sênior de portfólio da empresa de ETF Teucrium, Jake Hanley. “Eles veem os grãos em mãos como dólares não convertidos.” O Vietnã perde apenas para o Brasil na produção de café.
No entanto, o colapso dos preços não reflete a realidade. O mercado ainda não tem uma oferta abundante, de forma que os suprimentos de café levarão cerca de um ano para voltar ao normal. E é isso que falta aos especuladores, acrescentou Hackett.
Outro fator altista é que os preços à vista do café em grão no Brasil estão agora mais altos do que os preços futuros. Isso tende a ser um sinal de que a perspectiva de baixa dos preços acabou, afirmou Hackett.
Fonte: Dow Jones Newswires.
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