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Café: Brasil deve colher safra recorde para um ano de bienalidade negativa; entenda

20 set 2023, 14:48 - atualizado em 20 set 2023, 14:48
café safra
De acordo com a Conab, a expectativa fica para uma recuperação no desempenho do café arábica; conilon deve ter queda produtiva (Imagem: Pixabay)

O Brasil deve colher 54,36 milhões de sacas de café na safra 2023 do grão, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Dessa maneira, o volume representa a terceira maior safra já colhida pelo país, atrás apenas de 2018 e 2020, e recorde produtivo para um ano de bienalidade negativa.

A bienalidade negativa marca um período de produção mais baixa para o café, que é precedido por um ciclo de maior produção para o grão.

Dessa forma, o volume colhido em 2023 deve superar em 13,9% a colheita dos cafés em 2021, último ano de bienalidade negativa.

Recuperação do arábica e área plantada

Em 2023, a expectativa fica para uma recuperação no desempenho do café arábica. De acordo com os dados da Conab, a colheita da espécie deve chegar a 38,16 milhões de sacas.

Assim, a alta é reflexo de um incremento de 2,4% na área em produção, aliado ao ganho estimado em 13,9% na produtividade, influenciado pelas condições climáticas mais favoráveis em relação às últimas duas safras.

“Destaque para o desempenho de Minas Gerais, principal estado cafeicultor do país, que, mesmo com os efeitos da bienalidade negativa sobre muitas das regiões produtoras, apresenta um crescimento de 29,5% na produção”, destaca o gerente de acompanhamento de safras da Conab, Fabiano Vasconcellos.

Por outro lado, o cenário para o conilon é completamente oposto, com a Conab projetando uma queda de 11% na colheita quando comparado com o forte resultado obtido em 2022, com estimativa de serem colhidas 16,2 milhões de sacas neste ano.

“Este resultado se deve, sobretudo, à queda de 10,8% na produtividade, reflexo das condições climáticas um pouco adversas, registradas no principal estado produtor de conilon, o Espírito Santo, que impactaram parte das lavouras, principalmente em fases iniciais do ciclo. Os ganhos esperados em Rondônia e Mato Grosso não compensaram essa perda”, explica Vasconcelos.

Exportações

De janeiro a agosto, o Brasil exportou 22,9 milhões de sacas de 60 kg, segundo dados consolidados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

O volume representa uma queda de 10,8% na comparação com igual período do ano passado, influenciado pela restrição dos estoques nos primeiros meses da temporada.

Em agosto, o cenário das vendas externas foi mais favorável. No último mês, o Brasil exportou cerca de 3,69 milhões de sacas de 60 kg de café, o que representa alta de 37,6% em relação ao mês anterior e de 38,5% na comparação com igual período de 2022, de acordo com o MDIC.

“Após queda na quantidade de café exportada em 2021 e 2022, a ampliação da oferta interna em 2023 pode resultar em recuperação da exportação na safra atual. A exemplo do último mês de agosto, as exportações tendem a permanecer aquecidas nos próximos meses deste ano”, analisa o gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, Gabriel Rabello.

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