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Café, boi, milho e soja: saiba o que esperar das commodities em 2022

13 jan 2022, 15:10 - atualizado em 13 jan 2022, 15:10
Café
Clima e China ainda serão determinantes para as commodities agrícolas brasileiras em 2022 (Imagem: Pixabay)

Apesar dos problemas com exportações e preocupações climáticas, ainda há boas notícias para o agronegócio brasileiro. As commodities agrícolas, que já foram destaque no ano passado, têm a expectativa de registrarem novos recordes históricos em 2022.

O clima e a China, o grande comprador mundial, devem continuar dando as cartas nesse ano, considera Geraldo Isoldi, especialista em commodities da Terra Investimentos, em entrevista ao Agro Times.

Conforme se suspeitava, e agora confirmado pela NWS, a agência meteorológica norte americana, nesta quinta-feira (13), o La Niña deve se estender até o mês de junho garantindo novamente uma onda de incerteza em relação as cadeias produtivas.

Veja a seguir o que esperar das principais commodities agrícolas comercializadas pelo Brasil em 2022, de acordo com a corretora:

Café

Além das intempéries sofridas em 2021, tendo as geadas do meio do ano como golpe final, a mercadoria ainda enfrentou empecilhos logísticos e dúvidas sobre o consumo decorrentes da atual pandemia de Covid-19.

O quadro deve continuar afetando os preços do café, diz a corretora.

Após uma temporada dura, um clima favorável é necessário, avalia. No entanto, não provável, o que somado aos baixos estoques deve manter os preços, já perto do recorde histórico dos últimos 10 anos, ainda mais elevados, comenta.

Boi

Boi Gordo Gado Agropecuária
Produtores de gado seguem segurando a mercadoria esperando por preços ainda mais altos e oferta (Imagem: Unsplash/@tumbao1949)

Com um consumo interno extremamente castigado em função dos lockdowns nos grandes centros urbanos e, posteriormente, a degradação do poder de consumo das famílias em razão da pandemia, os preços do boi têm se sustentado nas vendas para exportação.

Em 2021, as vendas eram concentradas, em grande parte no consumo chinês que ganhou força após problemas enfrentados com a peste suína africana (PSA) anos atrás.

Tal dependência mostrou sua força quando em agosto do ano passado o país suspendeu temporariamente as compras do Brasil por conta de casos isolados de vaca louca, fazendo com que a arroba caísse de recordes históricos, em torno de R$ 340 , para cerca de R$ 260 em questão de poucos dias.

Com o anúncio do fim do embargo em dezembro os preços voltaram a se recuperar mas ainda sem compras substanciais efetivas do gigante asiático que inicia suas festas do Ano Novo Lunar.

Produtores seguem segurando a mercadoria esperando por preços ainda mais altos e oferta, que no momento é baixa, se torna ainda mais restrita.

“Esperamos que a partir de março a demanda externa ganhe força novamente, acompanhado também, de um crescimento da oferta a partir dos animais de confinamento o que deve manter os preços da arroba altos mas ainda entre R$ 320 e R$ 340”, destaca Isoldi.

Milho e soja

Milho
Seca pode se estender e prejudicar ainda a segunda safra de milho, levando os preços do cereal mais uma vez acima dos R$ 100 por saca (Imagem: Pixabay/KatarzynaSzulc)

Os grãos abriram o novo ano já com cortes nas estimativas. O recorde na produção de soja, com o qual se contava pela primeira vez acima de 140 milhões de toneladas, já se torna distante.

Consultorias privadas baixaram suas estimativas para cerca de 134 milhões já alertando para novos corte futuros e o milho, com uma previsão inicial de cerca de 120 milhões de toneladas já está em 114 milhões, também com analistas prevendo novos cortes.

A seca, que atingiu o o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul no início desta nova temporada, pode se estender e prejudicar ainda a segunda safra de milho, a maior e mais importante do país, levando os preços do cereal mais uma vez acima dos R$ 100 por saca.

“Problemas climáticos atingiram e atingem em cheio a América do Sul, mas não é um privilégio”, enfatiza o especialista da Terra.

Grandes players mundiais como Estados Unidos, China e a região do Mar Negro também têm enfrentado, em maior ou menor grau, o mesmo problema.

Os estoques mundiais de grãos, regionais e mundiais, se encontram em níveis historicamente baixos, o que potencializa qualquer tipo de notícia, sendo boato ou fato, garantindo nos próximos meses, além dos preços altos, uma volatilidade extrema para os grãos e oleaginosas.

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