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Café atinge máxima em quase 2 anos e isso deve pesar no seu bolso; entenda os reflexos

18 abr 2024, 16:16 - atualizado em 18 abr 2024, 16:16
café commodities
Preocupação sobre a produção de café conilon do Vietnã, maior produtor da variedade no mundo, pressiona os preços do arábica (Imagem: Pixabay/michaelcalumross)

Os preços do café arábica na bolsa de Nova York atingiram seu maior valor desde 2022, com o contrato entrega maio fechando acima de US$ 2,47 por libra-peso na última terça (16).

De acordo com Leonardo Rossetti, analista do mercado na StoneX, o que influencia essa alta é a valorização do café robusta (conilon), que segue avançando na bolsa de Londres (ICE).

“Há uma preocupação quanto a produção do Vietnã, maior produtor de café robusta do mundo. A produção deve cair no atual ciclo, com o USDA reduzindo em cerca de 3,8 milhões de toneladas a safra do país. Fora isso, eles têm enfrentado custos logísticos elevados, já que ele é muito exportado pelo Mar Vermelho, e a crise na região afeta a commodity”, explica.

Para o ciclo 24/25, as preocupações estão em torno do clima seco no Vietnã, com temperaturas acima da média em um momento de florada do café, crucial para o desenvolvimento do grão.

“Os fundamentos para o arábica são positivos, com boas safras estimadas no Brasil e Colômbia, mas o robusta pesa nos preços dessa variedade”, avalia.

Como a alta da cotação do café afeta o Brasil?

Rossetti enfatiza que esses problemas na Ásia favorecem o Brasil. “Devemos ter uma boa safra de café arábica e robusta neste ciclo, sendo o melhor dos mundos para o produtor brasileiro, com o país podendo vender, no caso do robusta, o produto por valores recordes. Fora isso, nossos volumes de exportações estão bem elevados, e os agricultores devem ter maiores condições de investimentos”, diz.

O consumidor, por outro lado, pode esperar preços mais elevados. “No último momento que tivemos fortes altas para o café, quanto houve fortes geadas em 2021 no Brasil, isso resultou em uma disparada do preço na bolsa, que aos poucos, foi repassado ao consumidor final”, pontua.

A StoneX estima uma safra 24/25 em 67 milhões de sacas para o Brasil, com avanços para os dois tipos. “Ainda precisamos esperar a colheita, para entender o rendimento do café colhido, mas maiores volumes devem entrar no mercado a partir de julho, aliviando aquela pressão sobre a disponibilidade do produto no curto prazo”, conclui.

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