Café arábica avança mais de 6% com geada no Brasil, açúcar sobe 2%
Os contratos futuros do café arábica na ICE fecharam em alta de mais de 6% nesta terça-feira, impulsionado pelos temores sobre danos nas safras de café após geadas atingirem áreas de produção no maior produtor, Brasil, pela segunda vez no ano.
As áreas de cana-de-açúcar no Brasil também podem ter sido afetadas pelas geadas.
Café
O café arábica para setembro fechou em alta de 10,4 centavos de dólar, ou 6,6%, em 1,668 dólar por libra-peso, pouco antes de um pico de 4 anos e meio.
O café robusta para setembro fechou em alta de 29 dólares, ou 1,7%, em 1.761 dólares a tonelada, atingindo uma máxima de três anos de 1.793 dólares.
Operadores e analistas afirmaram que houve relatos de geadas nas áreas de café novamente durante a noite, a segunda vez em menos de um mês.
Eles disseram que desta vez as geadas atingiram mais as fazendas nas principais áreas de café como nos Estados de Minas Gerais e São Paulo.
“O mercado agora está tentando avaliar os danos. Esta é a primeira vez que vemos geadas em uma parte significativa do cinturão do café”, disse o analista do Rabobank Carlos Mera.
Os cafezais estão extremamente sensíveis às geadas, que matam folhas e prejudicam o potencial de produção da próxima safra.
“Algumas áreas foram duramente atingidas, pelo que entendi. O mercado está bastante sensível às altas e os ‘forwards spread’ (spreads entre os contratos mais distantes e o spot) também estão reagindo positivamente”, disse o analista de softs dos Estados Unidos, Paul Daly.
Açúcar
O açúcar branco para outubro avançou 0,34 centavo de dólar, ou 2%, a 17,41 centavos de dólar por libra-peso.
As geadas desta manhã no Brasil atingiram algumas áreas de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo, porém analistas afirmaram que pode levar alguns dias para determinar a extensão de qualquer dano.
O maior produtor de açúcar, o Brasil, já está tendo uma safra de cana menor este ano devido à seca, e as geadas devem prejudicar a produção mais pra frente.
O açúcar branco para outubro fechou em alta de 5,50 dólares, ou 1,2%, a 449,30 dólares a tonelada.