Café arábica avança 10% para máxima de 6 anos e meio com geadas no Brasil; açúcar recua
Os contratos futuros do café arábica na ICE fecharam em alta de 10% atingindo a máxima em seis anos e meio nesta quinta-feira, com as casas comerciais considerando dobrar suas estimativas de danos à safra do próximo ano no maior produtor, Brasil, a partir deste geada da semana.
Café
O café arábica para setembro fechou em alta de 17,65 centavos de dólar, ou 10%, em 1,9365 dólares por libra-peso, tendo atingido seu maior valor desde novembro de 2014, em 1,95 dólar, mais cedo na sessão.
O contrato ganhou quase 20% nesta semana.
As casas de comércio estão lutando para avaliar os danos da safra de café do Brasil das geadas de terça-feira, com apostas anteriores em 1-2 milhões de sacas de perdas para a próxima temporada parecendo cada vez mais otimistas, afirmou uma fonte de um trader global de commodities agrícolas.
As geadas atingiram a principal região produtora de café do Brasil, Minas Gerais e São Paulo, na terça-feira, com alguns agricultores na expectativa de que terão que retirar suas árvores e replantar.
Os cafezais são extremamente sensíveis à geada, que mata as folhas, forçando a planta a crescer novamente na próxima temporada, enquanto geadas severas podem matar a árvore completamente.
O café robusta para setembro fechou em alta de 110 dólares, ou 6,2%, a 1.889 dólares a tonelada.
Açúcar
O açúcar bruto para outubro fechou em queda de 0,05 centavo de dólar, ou 0,3%, em 17,62 centavos de dólar por libra-peso, fechando com alta de 1,5% na quarta-feira.
Enquanto as geadas atingem algumas áreas de cana-de-açúcar no Brasil, maior produtor, elas devem ter tido impacto mínimo na cana pois as áreas afetadas já foram colhidas.
Ainda assim, operadores afirmaram que a menos que os fatores macroeconômicos se tornem definitivamente negativos, o açúcar deve avançar, com a produção estimada do Brasil provavelmente sendo reduzida nas próximas semanas, devido à geada e seca anterior.
“Atualmente a tendência é neutra. Mas acreditamos que as chances de um movimento de alta estão aumentando”, disse um corretor dos Estados Unidos.
O açúcar branco para outubro fechou em queda de 3,40 dólares, ou 0,8%, a 447,00 dólares a tonelada.