Café arábica atinge alta de 6 anos e meio com geadas no Brasil; açúcar também avança
Os futuros do café arábica na ICE avançaram mais de 5% para atingir a máxima em seis anos e meio nesta quarta-feira, enquanto investidores avaliavam os danos causados às safras no Brasil, principal produtor, devido às geadas do dia anterior, na segunda vez que o fenômeno atinge a safra em um mês.
Café
O café arábica para setembro avançou 9,2 centavos de dólar, ou 5,5%, em 1,76 dólar por libra-peso, tendo atingido anteriormente a máxima desde janeiro de 2015 a 1,7755 dólar.
O contrato fechou em alta de quase 7% na terça-feira.
O café robusta para setembro fechou em alta de 18 dólares, ou 1%, a 1.779 dólares a tonelada, atingindo a máxima de três anos de 1.793 dólares na terça-feira.
Os operadores afirmaram que a safra de café do Brasil em 2022 pode perder de 1 a 2 milhões de sacas devido às geadas, que atingiram as principais áreas de cultivo de café, como Minas Gerais e São Paulo, na terça-feira.
Os agricultores vêem maiores danos à produção.
Algumas grandes fazendas da região do Cerrado, no Estado de Minas Gerais, foram fortemente atingidas pela queda brusca das temperaturas em 20 de julho, com alguns agricultores esperando retirar árvores e replantar.
Cafezais são extremamente sensíveis a geadas, que mata as folhas, prejudicando o potencial de produção para a próxima temporada, enquanto forte geada pode matar a árvore completamente.
Açúcar
O açúcar bruto para outubro fechou em alta de 0,26 centavo de dólar, ou 1,5%, em 17,67 centavos de dólar por libra-peso, fechando com alta de 2% na terça-feira.
Embora as geadas também tenham atingido algumas áreas de cana-de-açúcar no Brasil, os comerciantes disseram que as áreas afetadas já foram colhidas e uma repetição das geadas nas mesmas áreas não poderia causar muitos danos.
Ainda assim, o maior produtor de açúcar do Brasil já possui uma safra menor de cana este ano devido à seca e as geadas do mês passado que prejudicaram ainda mais a produção.
Os operadores afirmaram que a redução da produção brasileira deve mais do que compensar as preocupações com a rápida disseminação da variante do coronavírus Delta, impulsionando os preços do açúcar.
O açúcar branco para outubro fechou em alta de 1,10 dólar, ou 0,2%, a 450,40 dólares a tonelada.