Café acima de R$ 720 a saca foge à realidade das indústrias e do consumo
A disponibilidade quase no chão de café nesta entressafra e a projeção de uma quebra expressiva do próximo ciclo estão elevando a saca no mercado interno a patamares longe da realidade da maioria das torrefadoras.
Por 60 kg, as indústrias estão tendo que pagar de R$ 720 a R$ 750. O teto é para o grão arábica de qualidade no Sul de Minas Gerais.
As cotações corroem a rentabilidade das empresas, sobretudo menores que carregam pouco estoque, mais ainda pela quase impossibilidade de o varejo aceitar o repasse em momento de desemprego acima de 14%, pandemia em aceleração e auxílio emergencial (menor) ainda não fechado.
A realidade traz também dificuldade para a redução de danos. O aumento da mistura com as variedades robusta e conilon também encarece.
Essas variedades comuns no blend com o arábica – e na utilização do café solúvel – tendem a ficar mais caras, pela demanda batendo às portas do produtor. Além do que também há falta do produto no momento.
No mercado futuro de Nova York, o vencimento de maio justifica a queda da produção nacional, que se comenta num máximo de 40% – para 35 milhões de sacas. Nesta sexta (26), há um ajuste técnico, reduzindo o preço em 2,36%, para 137.20 centavos de dólar por libra-peso.
O robusta, classificado em Londres, segue estabilizado em perda moderada, a US$ 1,457 mil a tonelada.