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Caelum: Como o ensino online, em TI, se desenvolve a passos largos

05 jun 2017, 19:53 - atualizado em 05 nov 2017, 14:02

Atender as expectativas de alunos plugados 100% na internet é o desafio da Caelum, empresa voltada para o ensino presencial e online de Tecnologia da Informação. Paulo Silveira, fundador da empresa, busca a inovação, mas também precisa lidar com os anseios de jovens com aspirações que, por muitas vezes, podem ser consideradas irreais.

“No dia a dia, as pessoas desenvolvem e-commerce, elas desenvolvem blogs, elas desenvolvem sites para um evento. Coisas menores, mais específicas e mais focadas. Então a gente tenta dar esse pé na realidade. Óbvio, sempre tenta fazer um projeto legal também, mostrar algumas coisas, mas tentar trazer proximidade para o aluno”, explica Silveira.

O executivo concedeu uma entrevista para o tradicional podcast da gestora Rio Bravo e que pode ser acompanhada abaixo, em texto, ou por meio de áudio:

Por que um curso voltado para a área de tecnologia? No caso, mais um curso voltado para a área de desenvolvimento e tecnologia?

Faz bastante sentido e tem a ver com a origem da empresa. A empresa nasceu em 2004, mas antes disso eu fazia mestrado na Universidade de São Paulo em Ciência da Computação e eu trabalhei dois anos na Sun Microsystems, que hoje é a Oracle. Com Java, a tecnologia que na época, começo dos anos 2000, era a queridinha e era o que as grandes empresas queriam usar, os bancos, que hoje está por todos os lados. E eu dava aula na Sun Microsystems dessas tecnologias do Java sempre com o foco de como a própria empresa mãe, a dona dessa tecnologia, enxergava, e também com os produtos dela. Então, ela queria vender seus produtos, faz todo sentido. E naquela época, o meu irmão já estava há dois anos trabalhando na Alemanha com computação com Java, quando ele voltou, perguntou assim: Será que não tem uma vaga na Sun Microsystems para eu também trabalhar como professor aí dessa tecnologia que está bombando? Fui ver com o meu chefe, não tinha. E aí o Guilherme Silveira, que é meu irmão e meu sócio na empresa, tem uma cabeça para frente e gosta de risco, e gosta de empreender, e falou: “Poxa, acho que eu vou tentar montar a minha própria empresa… Você não quer montar comigo? ”.

Eu falei: “Poxa, parece uma ideia interessante, mas aqui na Sun eu estou um pouco preso, eu não posso falar das outras ferramentas”. Na época, inclusive as ferramentas de código aberto, as ferramentas gratuitas, que de certa forma tinham algum conflito com as ferramentas pagas da Sun, e eu trabalhava com aquilo. Então na parte que eu não dava aula, que eu trabalhava no dia a dia, construindo sistemas em Java, eu usava essas ferramentas e eu não podia mostra-las aos alunos porque não estava dentro do conteúdo. Então a nossa ideia de criar uma empresa com curso de desenvolvimento, que na época não era nem tão popular assim, no começo de 2000 a gente ainda era mosca branca, ainda tinham poucas empresas, foi de tentar trazer o que o mercado usa para o próprio mercado. Então em vez de ser uma empresa grandona, dessas grandonas de criação de software, tentando mostrar como deve se fazer o software, a gente queria mostrar o que o mercado estava usando de fato, em vez de “Olha, usa esse produto, que depois você compra aqui com a gente”. Não.

Tem ferramentas que são de graça, tem outras ferramentas que são pagas, tem outras ferramentas que a gente não acha tão interessantes pessoalmente mas têm muitas empresas que usam. Então mostrar esse cenário de muitas opções e tentar mostrar para esse cliente, para essa empresa, para esse aluno, que ele tem muitas variedades e ele pode escolher o seu próprio caminho, não fechado naquela empresa gigantona dos Estados Unidos em só usar aquele tipo específico de tecnologia. Então a motivação foi que a gente gostava de ensino, a gente gostava daquela tecnologia e a gente queria dar um passo além para mostrar o que o mercado estava usando.

Falar isso hoje em 2017 talvez seja muito corriqueiro. Em 2000, 2001, 2002, era totalmente fora do contexto do que as pessoas buscavam em termos de aprendizado de tecnologia. Minha pergunta vai nessa direção. Vocês pensaram em um modelo de curso que vocês próprios gostariam de realizar na época?

É isso mesmo, e essa é uma boa provocação. Naquela época esse era um grande diferencial nosso. Hoje já é um pouco diferente, as outras empresas enxergam isso. Não só as outras empresas concorrentes minhas, assim como as grandes. Elas sabem que é importante. Elas estão se distanciando um pouco da educação ´para falar: “Deixa isso com o terceiro, porque ele vai mostrar nossa tecnologia de forma mais isenta”. Você vai ver que essas grandes empresas – a Oracle por exemplo – trabalham com parceiros. Ela não quer forçar que você só dê o curso daquilo ou daquele jeito.

Então ela tem uma visão que eu acho mais interessante, mais compatível com a nossa hoje em dia. Tanto que para os diferenciais de hoje, de 2017 em diante, a gente bate em algumas outras teclas para continuar sendo relevante, diferente e ter esse nome que é inovação. Em especial, eu digo que pessoalmente foi a minha maior conquista da vida, em 2002, antes de a empresa nascer, quando eu ainda era menino e estava no curso de Computação, na graduação, eu gostava muito de usar os fóruns da internet para aprender, as listas de discussão… E eu era fascinado por poder trocar informação com os gringos e tirar uma dúvida rapidamente, e saber o que eles pensavam a respeito do meu problema.

Eu falei: “Poxa, não tem essas ferramentas aqui no Brasil, um fórum na web onde eu possa discutir tecnologia e ter dúvidas técnicas sobre esses assuntos”. Inclusive, em especial, sobre o Java. E eu montei um fórum com uns colegas da faculdade que chama GUJ: guj.com.br, que há algum tempo teve 3 milhões de page views por mês. Hoje em dia, 2 milhões, que para a internet brasileira é um número bem relevante de page views, né. Chegou a ficar naquele top 500 do ranking Brasil, que realmente é uma quantidade bem grande. Eu digo que é o meu maior Ativiment, porque foi lá que eu aprendi essa maneira de lidar com os alunos one-to-one, resolver problemas um a um e cada aluno tem a sua diferença, em vez de dar palestras e cursos em que você está falando com uma sala de aula gigante.

Esse GUJ existe até hoje. Ele é o maior fórum aberto de programação, design em Língua Portuguesa. Hoje a gente tem concorrentes gringos que vieram para o Brasil que também são gratuitos, como Stack Overflow, outra ferramenta importantíssima, mas foi ali que eu trouxe todo esse diferencial que a gente aplica hoje, que é estar envolvido na comunidade, não só no mercado, e tratar o aluno um a um, resolver o problema de um aluno, não daquela classe, e não fazer o curso, mas sim tentar matar as dúvidas e o problema que o aluno traz para a gente.

Essa busca por soluções nos fóruns de discussão não é algo bastante evidente na internet hoje? No caso, isso não tira de instituições de ensino, mesmo de cursos, o que a Caelum oferece, a obrigação de oferecer esse tipo de conteúdo? A minha pergunta vai nessa direção agora. Hoje não está muito mais fácil para as pessoas se desenvolverem de forma autônoma em vez de elas atenderem a um curso ou numa universidade ou mesmo numa escola, numa instituição de ensino livre?

Outra excelente pergunta e tem a ver com esse negócio da moda do ‘startupismo’, que eles falam do disruptivo de você não ter medo de canibalizar o seu próprio mercado. Então a gente abraça o fórum, a gente abraça muito conteúdo gratuito, porque a gente não tem medo dele e se eu for ter medo desse tipo de coisa, eu vou acabar deixando espaço para alguém fazer no meu lugar e esse concorrente que pode vir futuramente a atacar o meu mercado, ele vai estar preparado. Então, hoje eu tenho podcast de tecnologia gratuito, hoje eu tenho um fórum gratuito.

Desde 2004, muitas das nossas apostilas que a gente usa na Caelum aqui, você pode baixar, está lá de graça para você baixar no site e conhecer o nosso método. Se você preferir, se você é autodidata, é aquele cara que prefere estudar 3 horas da manhã sozinho, que é o perfil de muita gente de tecnologia, você pode. O que é legal? Eu fazendo isso, um dia que ele for indicar para um amigo que tem aquele perfil que prefere estar em um ambiente com outras pessoas que têm o mesmo propósito e ter o incentivo do professor para estudar, ele vai lembrar da Caelum.

A abordagem em torno da discussão da inovação hoje também foi canibalizada – para utilizar uma palavra que você mencionou há pouco – por diversas instituições e empresas. Como é que vocês incorporam isso hoje nos cursos que a Caelum oferece?

Essa também é muito boa, porque tem até essa questão do que é inovação. Você vai procurar por aí, é cada definição completamente diferente. Na tecnologia, tem muito isso. Ah, inovar é eu colocar uma tecnologia nova na minha empresa. O que eu pessoalmente não acho e acho até perigosíssimo essa moda que alguns desenvolvedores brilhantes têm de querer colocar sempre a última tecnologia, a mais legal, a que ele quer aprender, dentro do ambiente. Eu acho muito perigoso, que a gente deve saber tratar a base que você tem de tecnologia hoje na sua empresa, você deve saber trata-la com muito carinho, muito respeito, e que reescrever código, que reescrever software e colocar tecnologias novas, colocar tecnologias que a sua empresa, seus amigos, querer inovar dessa forma, é um risco muito grande e um custo muito grande.

Então, a nossa inovação que a gente coloca muito nos cursos é tentar sempre melhorar e atualizar as boas práticas, em especial das tecnologias antigas, e do legado e da forma de você ver código e não de: “Poxa, saiu tal linguagem de programação, saiu tal método de fazer o design de um website, vamos fazer esse curso”. É claro que eu também busco esses cursos e, se você vai lá no site da Caelum, tem esses cursos, mas a inovação que a gente está é a forma de você escrever e encarar a tecnologia de maneira nova e mantendo aquele legado, sabendo dos seus custos, sabendo das restrições que a sua empresa tem.

Falando dos cursos que acontecem na Caelum, no Brasil de modo geral as práticas de ensino que são mais consagradas estão associadas ao tempo em que o aluno passa vendo aulas expositivas. Como isso funciona com os cursos de vocês?

A não ser um ou outro curso muito específico, a gente não usa slide, o que é algo muito estranho para muito aluno, especialmente do pessoal que vem de uma corporação grande e fala: “Ué, não tem slide? Me manda os slides”. Eu falo: “Não, não tem slide. A gente usa aqui a lousa”. Só não uso giz porque é complicado, uso o pincel (risos). Porque a gente bate muito em cima do construtivismo e no Project-Based Learning, que é você desenvolver o raciocínio, desenvolver o projeto do zero junto com o aluno e num ritmo que encaixe para ele.

O slide tem muito aquilo de você cuspir, ainda mais em tecnologia quando envolve código, você fica cuspindo um monte de informação, que é muito difícil para uma pessoa absorver naquela velocidade. Então o que a gente faz é: a velocidade é a velocidade da mão do instrutor, porque, daquela forma, a absorção, construindo o problema, vendo letra a letra, vendo linha a linha – a gente acredita nisso- é o nosso resultado que vai ser melhor absorvido pelos alunos. Então a gente tenta diminuir ao máximo aquele negócio de palestra, aquele negócio de slide para que o foco seja aquele do flipped learning de você instigar o aluno para que ele faça os exercícios e trabalhe com algumas coisas até mesmo em casa para depois aqui, quando ele já viu aquela teoria, já sabe um pouquinho, a gente vai fazer a prática. A gente quer focar em resolver problemas em que ele pratique código, e não que eu fique expondo um monte de informação, aquele volume enorme.

Essa é uma característica da Caelum desde o início? É um projeto que você e seu irmão têm desde o princípio?

O flipped learning é mais recente. Ele é até um pouco difícil para esses cursos muito técnicos noturnos, porque a oportunidade de as pessoas trabalharem 8 horas por dia, estudarem 4 horas e ainda chegar em casa e dar aquela estudada a mais para se preparar para a próxima aula é um pouco mais complicado, diferente da universidade ou até do segundo grau, onde o flipped learning tem entrado mais. Então, isso é alguma coisa recente. O Project-based vem de antes, mas nesse meio tempo a gente tentou adaptar todos os cursos para projetos muito práticos e que as pessoas consigam se enxergar.

Então tem lugares que falam assim: “Vamos desenvolver um site como o Facebook”, “Vamos desenvolver um sistema como o Facebook”. É legal, mas é um pouco irreal demais. No dia a dia, as pessoas desenvolvem e-commerce, elas desenvolvem blogs, elas desenvolvem sites para um evento. Coisas menores, mais específicas e mais focadas. Então a gente tenta dar esse pé na realidade. Óbvio, sempre tenta fazer um projeto legal também, mostrar algumas coisas, mas tentar trazer proximidade para o aluno. A gente tem chegado cada vez mais perto.

As exigências do mercado de trabalho costumam ser bastante dinâmicas. Como vocês fazem para reagir a um cenário que está sempre se adaptando a novas questões, novas descobertas de um modo geral?

A empresa tinha em 2004 uma sala de aula. Hoje são 16 ou 17 em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Isso quer dizer que a nossa quantidade de instrutores aumentou muito. Então mantê-los todos atualizados com a última versão da última tecnologia é algo complicadíssimo, mesmo que eles sejam cada um especialista em alguma área. Antigamente isso era fácil. Hoje a gente vai atualizar um curso inteiro, e ter que propagar esse conhecimento e verificar se ele estar a par daquilo, um instrutor, é muito mais complicado. Então hoje eu sinto que, para o ensino presencial, uma das barreiras de crescimento é justo isso. É tentar me adaptar de forma rápida, mas mantendo a qualidade, para essa quantidade enorme de novidades que entram por aí. Acho que é justo aí que o online tem as suas vantagens para a empresa que quer trazer conteúdo.

Qual é o perfil do aluno que vem procurar a Caelum?

O perfil é um jovem entre 27 e 30 anos que terminou a faculdade, às vezes está cursando até uma pós-graduação, e já passou do seu primeiro emprego, está no segundo, talvez procurando uma nova oportunidade. Mas vem muita gente aqui para aprimorar, porque ele quer estudar mais e conseguir uma promoção ou talvez ainda procurar um novo emprego. Como no presencial a gente tem um preço premium, é um pouco mais caro, então esse é o perfil que costuma aparecer: as pessoas já empregadas e já na carreira. É óbvio, tem exceções como meninos de 16 anos, meninas de 17 anos, que querem entrar na carreira e tem também dentistas que querem mudar de carreira, que já estão com seus 35 anos.

Esse perfil muda conforme a praça que a Caelum está localizada ou se mantém mais ou menos o mesmo perfil?

Se mantém mais ou menos o mesmo perfil. Brasília muda um pouco por causa daquela característica do concurso público. Tem muita gente que busca uns cursos avançados de arquitetura de software para encontrar esses concursos mais interessantes.

Em relação às aulas online, para além das vantagens relacionadas à flexibilidade de horário, que você já comentou, e o fator mobilidade, que atrativos o curso tem a oferecer para o aluno que procura esse tipo de abordagem?

Quando a Caelum chegou a essas três cidades, e aí 5 anos atrás a gente estava pensando em ir para mais uma cidade, a gente estava encontrando essas barreiras que eu falei. Como é difícil encontrar um instrutor tão especialista, que se mantém atualizado e que eu possa replicar esse conhecimento. A gente falou: “Poxa, pera lá. Talvez o online seja uma coisa legal aqui”. Naquela época a gente lançou o Caelum online tentando mirar nessas vantagens que você falou, da flexibilidade, do horário, mobilidade, e também para diminuir essa nossa carga de replicar o conhecimento de um instrutor e a prática, porque ele precisa conhecer aquilo na prática. Não adianta saber o que ele estudou. Ele precisava já ter experiência com projeto naquela tecnologia.

Então o online parecia cair como uma luva. Por mais preconceito…. Porque naquela época, o meu irmão queria muito ir para o online e eu falava “Não, isso não tem qualidade. Isso não funciona. Isso vai trazer a nossa imagem para baixo”. Então, entre 2011 e 2013, inclusive a gente chamava de Caelum online. Isso começou a ganhar atração e a gente enxergou as outras vantagens, que é a sua pergunta. Entre elas, esse one-to-one que eu falei, de você conversar com o aluno um a um, que no online parece até que vai ser ao contrário, parece mais broadcasting, tem alguns recursos que você pode acionar um aluno e ter uma conversa particular com ele e, conforme ele usa a plataforma, você coleta esses dados e enxerga 100% do que o aluno está fazendo.

No presencial, por mais que eu esteja com você, aqui nessa sala conversando, e eu possa ver tudo o que você está fazendo, eu tenho ao mesmo tempo 15 computadores e pessoas atrás. Eu não estou enxergando todo mundo o tempo todo. No online, eu consigo ter essas métricas. Por mais que elas sejam quantitativas em vez de qualitativas na maioria dos casos, eu consigo pegar isso com uma granularidade fina e tomar decisões e fazer avisos e tentar descobrir por que você não está indo tão bem, quais são as suas dificuldades e que caminho você deve ter.

Então com esse crescimento, a gente falou: “Isso merece um site próprio, um nome próprio e alguma coisa com uma outra cara”, até porque a gente percebeu que o perfil do público é diferente. É um pessoal de 22 e 23 anos que está no primeiro emprego ou ainda não teve o primeiro emprego, está no estágio, e ainda está na faculdade. Um público mais jovem. Então a gente criou o alura.com.br com essa cara mais jovem e com foco em alguns cursos um pouco mais básicos. A gente foi caminhando em direção das pessoas que ainda estão começando na tecnologia.

Com a experiência de quem já atuou na área de consultorias, que tipo de programadores as empresas esperam atualmente?

As empresas que conseguem selecionar um pouco melhor vão estar sempre buscando aquele profissional de tecnologia, seja um programador ou um designer, que saiba trabalhar de uma forma, resolver o problema. Que dado o problema, ela saiba onde que ela vai procurar, em que momento ela deve pedir ajuda e para quem. Então, eu acho que esse soft skill, mais do que o hard skill de conhecer html, conhecer o tal do Java, começa a ter mais valor nessas empresas grandes, porque tem muito programador bom aí, tem muita gente inteligente em tecnologia. Então, você saber tratar com outra pessoa, esse papo de relacionamento interpessoal, eu acho que faz muito sentido sim na área de tecnologia e essas empresas estão de olho.

Como você converte isso em competências para serem apresentadas ou em sala de aula ou em na modalidade online?

Outra excelente pergunta, porque aí a gente tem dificuldade no online. No online é difícil ter essa análise de qual é o comportamento do aluno face a um problema. É óbvio. Você percebe alguns alunos que estão toda hora postando uma dúvida e que ele não deu aquele passo além de que ele mesmo deveria ter percebido isso aqui se ele tivesse pensado isso, isso, aquilo. Mas no presencial fica muito claro a gente ver como ele encara quando dá o primeiro erro, quando dá uma mensagem de erro ou quando o layout não sai como ele estava imaginando para aquele website. A gente consegue ter essa análise qualitativa do trabalho, de como ele lida com os colegas, se quando ele termina um exercício ele vai ajudar um outro colega, esses soft skills que eu acho que realmente fazem a diferença no ambiente de tecnologia, que exige tanto das pessoas.