Cadeia do etanol torce por reajuste cheio da gasolina para minimizar novo ICMS em SP
A cadeia do biocombustível de cana e milho está olhando com lupa o tamanho do reajuste que a Petrobras (PETR3; PETR4) deverá estender à gasolina, diante da força do petróleo, para saber como se dará a relação de preços com o aumento do imposto estadual em São Paulo.
É relativamente simples para o analista e trader Martinho Ono. Um repasse cheio pela valorização do óleo cru, que mostra alta desde ontem – nesta terça sobe em torno de 0,70%/R$ 53,90, às 11h45 (Brasília) – pode anular ou empatar o efeito do aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o etanol.
Para o CEO da SCA Trading, pela fotografia de agora, o custo maior para as usinas e destilarias sairia entre R$ 25 a R$ 30 o metro cúbico, se o novo ICMS já estivesse valendo,
“E tiraria a competividade do etanol entre R$ 0,02 e R$ 0,03 centavos por litro na bomba”, reflete Ono, considerando, portanto 1,3% de repasse na cadeia, que é a diferença entre o que a fábrica recolhe hoje e o que recolherá com a nova alíquota a partir da segunda quinzena do mês.
Em relação à sistemática de reajustes da gasolina via petróleo, já há um potencial para a estatal dar até R$ 0,13 de acréscimo ao combustível A, o que “deixa a gasolina C entre R$ 0,08 e R$ 0,10 mais cara”, explica Martinho Ono.
“Estamos esperando, sim, que a Petrobras promova novo aumento da gasolina esta semana”, complementa, observando, também, melhora “discreta” dos preços do etanol desde ontem nas indústrias.
Na sua opinião, as distribuidoras e usinas estão cautelosas esperando essa correlação, gasolina mais alta versus ICMS também.
O último aumento do combustível de petróleo foi de 5%, em 29 de dezembro.
E o etanol hidratado veio de 0,36% de alta na semana passada, segundo o Cepea/Esalq, estimulado pela maior movimentação das festas de fim de ano.