Cade aprova compra da Santa Amália pela Camil
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a compra da Santa Amália pela Camil (CAML3), informa documento enviado ao mercado nesta segunda-feira (27).
Ainda de acordo com o comunicado, a conclusão da operação está sujeita ao trânsito em julgado. O valor da transação foi de R$ 260 milhões, marcando a entrada da Camil no segmento de massas.
Além disso, a companhia assumirá o endividamento da Santa Amália da ordem de 150 milhões de reais.
“A complementariedade geográfica, com liderança em região com potencial de crescimento para as categorias atuais da Camil e seu posicionamento com potencial de crescimento nacional, reforça a estratégia da companhia de aquisições”, disse a compradora.
A Camil ainda afirmou que a Santa Amália possui liderança no Estado de Minas Gerais (MG), com marcas de destaque na categoria de massas e um portfólio completo de marcas premium.
Rival da M. Dias Branco?
A Camil é conhecida no setor de alimentos por produzir arroz e feijão, os queridinhos dos brasileiros. E ao comprar a a companhia de massas Santa Amália por R$ 260 milhões, um novo leque de oportunidades se abre diante da companhia.
O impacto à Camil, ao assinar contrato pela Santa Amália, é positivo também às ações da empresa, considera o analista Luis Sales, da Guide Investimentos.
“A aquisição aumenta a diversificação do portfólio de produtos alimentícios da Camil, apesar do elevado preço atual que o trigo é cotado”, comenta o especialista, em relatório ao qual o Agro Times teve acesso.
O analista também enxerga espaço para que possíveis sinergias devam ser geradas com a compra no médio e longo prazo, com destaque para diluição de custos operacionais à Camil.
A M. Dias Branco (MDIA3), fabricante de massas e biscoitos, ganha rival de peso, ao passo que a Camil comprou quarto maior produtor de massas do Brasil, a companhia Santa Amália.
A Santa Amália é uma empresa brasileira fundada em 1954 no estado de Minas Gerais, e adquirida pela peruana Alicorp em 2013.
No ano passado, a Santa Amália teve receita líquida de R$ 476 milhões e marketshare de 7% no segmento de massas em Brasil — cerca de 40% de marketshare (participação de mercado) no estado de Minas Gerais.
A Ágora Investimentos considera que a reação do mercado à Camil será neutra e e marginalmente negativa à M. Dias Branco.
Segundo o analista Ricardo França, a avaliação paga pela Camil não parece particularmente atrativa, pois estimamos que a Camil terá que melhorar a margem EBITDA (lucro antes de impostos, depreciação e amortização) da operação de Santa Amália.
“O indicador deve aumentar 11% (a receita da Santa Amália foi de R$ 476 milhões em 2020) a partir das atuais margens negativas para o EV (Valor de Firma) / EBITDA do negócio a ficar em linha com o EV / EBITDA da M. Dias em 2022 de 7,5 vezes”, conclui.
Veja a seguir as recomendações da Ágora Investimentos, reunidas pelo Agro Times:
Empresa | Código | Recomendação | Preço-alvo (R$) |
---|---|---|---|
Camil | CAML3 | Neutra | 11 |
M. Dias Branco | MDIA3 | Compra | 40 |
Veja o documento: