Cacau: projeto de conservação na Bahia recebe financiamento de US$ 5,3 milhões
Um projeto para a conservação das lavouras de cacau no sul da Bahia vai receber financiamento na modalidade doação de US$ 5,3 milhões.
O projeto foi lançado nesta quinta-feira, 1º, durante o Simpósio sobre Sistemas Agroflorestais com Cacaueiro (SSAF-Cacau), em Ilhéus (BA), conforme informações do Ministério da Agricultura.
Com o objetivo de diminuir e reverter as tendências de degradação e perda de biodiversidade em distritos específicos da região, a proposta foi aprovada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, em inglês).
O projeto foi desenvolvido pelo Ministério da Agricultura, por meio da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
A estimativa é que o projeto beneficie 3 mil agricultores familiares do sul da Bahia que produzem cacau sob o sistema cabruca, que é um modo de cultivo agroflorestal em que árvores nativas fazem sombra aos cacaueiros. Segundo dados de estudos recentes, 74% dos 93 mil produtores que cultivam cacau em quase 600 mil hectares no Brasil pertencem à categoria da agricultura familiar.
O sistema cabruca apresenta um elevado potencial para ser considerado como Sistema de Patrimônio Agrícola Globalmente Importante (GIAHS), que é promovido globalmente pela FAO.
O GIAHS reconhece um sistema vivo e em evolução de comunidades humanas em um relacionamento diretamente conectado com sua paisagem territorial, cultural, agrícola e social mais ampla. Esse é mais um incentivo para trabalhar nessa proposta do GEF.
O diretor da Ceplac, Waldeck Araújo, disse no comunicado que “a região cacaueira da Bahia até hoje não se recuperou da introdução da vassoura-de-bruxa. Esse projeto pioneiro tem capacidade de acelerar a transformação e a modernização da cacauicultura no sistema cabruca garantindo sua preservação e a conservação ambiental ao tempo que propiciará Assistência Técnica gerencial e a construção de um novo modelo de desenvolvimento para a região usando as tecnologias disponíveis, como materiais resistentes a pragas, técnicas de manejo e fermentação”.