Cacau dispara com visão de escassez de oferta, café também sobe
Os contratos futuros do cacau em Nova York dispararam nesta sexta-feira (17), impulsionados pela redução da oferta, com a demanda parecendo estar se mantendo bem, apesar do grande aumento dos preços nos últimos meses.
A commodity fechou em alta de 671 dólares, ou 6,4%, a 11.173 dólares a tonelada métrica. O contrato ganhou 6% na semana.
Os negociantes disseram que os suprimentos na Costa do Marfim, principal produtor, pareciam apertados, em parte devido à produção menor do que a esperada e à forte demanda, apesar do aumento dos preços.
O processamento de cacau na América do Norte caiu no quarto trimestre de 2024 para 102.761 toneladas métricas, uma queda de 1,16% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da National Confectioners Association (NCA) divulgados na quinta-feira.
A queda modesta pode ter refletido, em parte, um declínio no número de fábricas que informaram os dados, uma a menos do que há um ano.
“Observamos que os futuros do cacau e do café continuam a ser negociados em níveis elevados, apoiados por desafios persistentes do lado da oferta. O sentimento do mercado em relação a ambas as commodities continua em alta”, disse a BMI, uma unidade da Fitch Solutions.
O cacau em Londres subiu 5%, para 8.955 libras por tonelada.
Café
O café arábica fechou em alta de 1,2 centavo, ou 0,4%, a 3,2835 dólares por libra-peso. Seu ganho semanal foi de 1,4%.
Os negociantes disseram que o fluxo de café do maior produtor, o Brasil, deve diminuir este ano, um ano de baixa no ciclo bienal da safra do país, enquanto o clima seco do ano passado também pode reduzir o tamanho da safra.
“Dada a redução significativa dos estoques de café brasileiro nas duas últimas temporadas, a entressafra, combinada com as preocupações contínuas com o clima adverso, deve manter a oferta brasileira apertada até 2025”, disse o BMI.
O café robusta subiu 2,4%, para 5.006 dólares a tonelada.
Açúcar
O açúcar bruto caiu 0,19 centavo, ou 1%, a 18,22 centavos de dólar por libra-peso. O contrato perdeu 5,2% esta semana.
Os comerciantes disseram que uma matéria de que a Índia pode diminuir as restrições às exportações de açúcar em breve pesou sobre os preços esta semana.
“O mercado de açúcar acabou de ser golpeado. Ondas de venda surgiram após a notícia de que a Índia está brincando com a ideia de exportar açúcar”, disse um corretor.
No entanto, ainda não há confirmação oficial de nenhuma exportação. O açúcar branco caiu 1,3%, a 478,60 dólares por tonelada.