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‘Cabo de guerra’: Vale não fechará desconto no curto prazo, mas tem futuro promissor

30 nov 2021, 16:04 - atualizado em 30 nov 2021, 16:05
Vale
História da Vale é um “cabo de guerra” entre riscos de curto prazo e oportunidades de longo prazo, afirmou a XP (Imagem: Vale/Instagram)

A Vale (VALE3) desapontou alguns analistas do mercado após cortar mais uma vez suas projeções de produção de minério de ferro para este ano e divulgar estimativas abaixo do esperado para o próximo (315-320 milhões de toneladas este ano e 320-335 milhões de toneladas em 2022).

Para a XP Investimentos, o guidance ganha ainda mais importância se levar em consideração as estratégias que a companhia tem trabalhado tanto para implementar, como redução de barragens de rejeitos, aumento de capacidade e recuperação de competitividade.

A corretora destacou que grande parte das estratégias da companhia depende do aumento da capacidade de minério de ferro. No entanto, o que se tem visto mais da mineradora é a priorização da qualidade sobre o volume produzido. E nisso ela já é vencedora.

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Cabo de guerra

A XP vê a história da Vale como uma espécie de “cabo de guerra” entre riscos de curto prazo e oportunidades de longo prazo.

Por um lado, a companhia ainda tem algumas barragens com alto risco de falha e indenizações de Brumadinho e Samarco a pagar – o que dificulta fechar no curto prazo o desconto em relação aos pares internacionais.

Do outro lado, a empresa possui ativos de alta qualidade (alguns dos melhores do mundo) e está bastante empenhada em ser líder na descarbonização para a indústria do aço, diz a XP.

“A empresa pode ser líder para os clientes da siderurgia que tentam reduzir sua pegada de carbono, por meio de uma combinação de ativos de alta qualidade e inovações trazidas por P&D (Pesquisa e Desenvolvimento)”, comentaram os analistas Andre Vidal e Thales Carmo, em relatório desta terça-feira (30).

Considerando o potencial no longo prazo, a XP manteve a recomendação de compra da ação.

ESG, a pauta do momento

O Safra reforçou o rating de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para a Vale, bem como o preço-alvo de R$ 98.

Na avaliação do banco, a mineradora está se preparando com sucesso para uma indústria mais sustentável, com metas de redução de emissões de carbono, segurança de barragens e ajuda a pessoas em situação de extrema pobreza.

O Safra acredita que todas essas iniciativas ESG (Ambiental, Social e Governança Corporativa, em português) devem ajudar na redução do gap entre a Vale e seus concorrentes australianos.

Segundo o Bank of America, a Vale entregou uma mensagem bastante confiante e está reconstruindo sua reputação depois do rompimento da barragem em Brumadinho.

No entanto, analistas do banco decidiram manter recomendação neutra para o papel, uma vez que enxergam contínuas revisões para baixo para o consenso (risco de armadilha de valor).

Caixa mais robusto

Remuneração a acionistas continuará desempenhando um papel importante para a mineradora, disse a Ágora (Imagem: Pixabay/@alexsander)

A alocação de capital da Vale segue intacta. A companhia está conseguindo dar fim às perdas do caixa e gerar dinheiro aos seus investidores, segundo a Ágora Investimentos.

A corretora, que manteve a classificação de compra para a ação, diz que a remuneração continuará desempenhando um papel importante na tese de investimento da companhia.

A XP destacou que, em 2021, a Vale desembolsou US$ 18,3 bilhões aos acionistas, entre dividendos e recompra de ações.

A Genial Investimentos tem recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 91.

O Itaú BBA reiterou a recomendação de outperform, com preço-alvo de US$ 16 para a ADR (American Depositary Receipt, recibo de ação de uma empresa estrangeira negociada nos Estados Unidos) da mineradora (VALE).

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