C&A: Reversão de prejuízo para lucro, no 3º trimestre, não basta para investir na ação
Ao se despedir do prejuízo e lucrar R$ 243 milhões no terceiro trimestre deste ano, a C&A (CEAB3) mostra o esforço para recuperar as vendas e gerar bons resultados. O problema, segundo a Ágora Investimentos, é que esta retomada “parece mais lenta do que a de seus pares”.
Na visão da corretora, esta comparação é reforçada pela margem ebitda da C&A — 9,60 pontos percentuais inferior à do terceiro trimestre de 2019 — que, junto à pressão das despesas gerais, com vendas e administrativas, mostra uma margem “muito mais fraca do que Renner (-5,30 p.p.) e Guararapes (-4,10 p.p.)”.
Quanto às ações da companhia, a Ágora enxerga maiores riscos, devido à alta sensibilidade dos lucros a vendas menores. Além disso, a corretora não acredita que os resultados sejam bons o suficiente para encorajar os investidores a voltarem a comprar ações.
Entre o dia seguinte à divulgação do balanço (12) e ontem (17), os papéis da C&A caíram 12,68%. Só na manhã desta quinta-feira (18), as ações voltaram a subir, registrando leve alta de 1,28% por volta das 12h45.
Luz no fim do túnel
O desempenho da C&A no comércio eletrônico foi a luz no fim do túnel para a companhia no trimestre. Com GMV (volume bruto de mercadorias) crescendo 12% em base anual, a C&A conseguiu, registrar a maior penetração de vendas digitais (15%) entre as varejistas, frente a 12% da Renner (LREN3) e 19% da Guararapes (GUAR3) no trimestre.
“Vemos todos os avanços nos principais pilares estratégicos (distribuição, serviços digitais e financeiros) como positivos e esperamos que a empresa continue a investir neles, a fim de entregar marcos importantes”, afirma a Ativa.
Reforçando essas estratégias, a corretora ainda destaca os compromissos assumidos pela C&A na distribuição até o segundo semestre de 2021 e o lançamento de uma solução de marca própria em dezembro de 2021.
Diante deste cenário misto — em que a companhia se sobressaiu em certos pontos, mas ficou para trás em outros — a corretora mantém sua recomendação neutra em relação aos papéis, com preço-alvo de R$ 10.