C&A, Lojas Renner, Soma e Vivara: só uma empresa brilhará no 1º trimestre
A segunda onda da Covid, muito mais forte que a primeira, interrompeu a recuperação das varejistas e deverá pressionar os resultados do primeiro trimestre, aponta a XP Investimentos em relatório enviado a clientes.
De acordo com os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt, as vendas mesmas lojas (SSS), indicador importante para o varejo, apresentará crescimento negativo devido as restrições impostas pelos governos estaduais.
“Mesmo assim, devemos continuar vendo um desempenho sólido no canal online, que deve ajudar a mitigar um pouco desse impacto”, ressaltam.
Porém, a XP afirma que uma empresa terá resultados positivos, com crescimento de receita, melhora de rentabilidade e lucro positivo: o Grupo Soma (SOMA3).
“Vemos o grupo como o destaque positivo no segmento de vestuário, uma vez que a performance do canal de atacado deve seguir forte, a performance do varejo deve seguir resiliente suportada pelo canal digital, a Farm Global deve se beneficiar da forte recuperação econômica nos EUA”, apontam.
Os analistas calculam crescimento de 15% nas receitas, com forte expansão de margem bruta de 5,5 pontos percentuais por conta de uma boa gestão de estoques e um Ebitda, que mede o resultado operacional, de R$ 16 milhões, elevação de 144%.
Além disso, a empresa deverá reverter o prejuízo de R$ 43 milhões do ano passado e lucrar R$ 7 milhões neste ano.
O Grupo Soma divulgará seus resultados no dia 11 de maio.
Soma | 1ºTri 21 | A/A |
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Receita líquida | R$ 339 mi | 153% |
Ebitda | R$ 16 mi | 144% |
Lucro (prejuízo) | R$ 7 mi | – |
Vivará terá resultados mistos
Se por um lado a equipe da XP calcula uma alta de 5,5% na receita por outro vê uma queda de 66,9% no Ebitda da Vivara (VIVA3).
“Esperamos que as vendas mesmas lojas apresentem ligeira queda em 1,3%, enquanto a margem bruta deve ser levemente pressionada em 0,8 p.p, fechando o período em 65,6%, devido a custos pontuais de processamento mais elevados com o processo de integração da produção da marca Lif”, argumentam.
A Vivará deverá divulgar seus resultados no dia 14 de maio.
Vivara | 1ºTri 21 | A/A |
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Receita líquida | R$ 218 mi | 5,50% |
Ebitda | R$ 10 bi | -66,90% |
Lucro (prejuízo) | R$ (0) | – |
Lojas Renner sofrerá com a Covid
De acordo com o trio, a Lojas Renner (LREN3) deverá ter resultados mais fracos por conta dos aumentos da Covid.
Eles estimam que as vendas mesmas lojas terá queda de 9,6%, levando a uma retração de 15,5% de receita líquida, enquanto a margem bruta deve cair 0,69 p.p.
“Estimamos um Ebitda ajustado (ex-IFRS) negativo em R$ 52 milhões, dada a menor alavancagem operacional, com nenhum desconto em despesas de aluguel e folha de pagamento como foi visto na primeira onda da Covid-19”, observam.
A Lojas Renner divulgará seus resultados no dia 6 de maio.
Lojas Renner | 1ºTri 21 | A/A |
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Receita líquida | R$ 1,5 bi | -15,50% |
Ebitda | R$ -52 mi | 285,70% |
Lucro (prejuízo) | R$ (79 mi) | – |
C&A: mais um resultado fraco
Nos cálculos dos analistas, a C&A (CEAB3) entregará mais um resultado fraco diante das restrições da Covid, além de uma confiança do consumidor mais fragilizada.
“Embora o canal online deva permanecer com um desempenho sólido, ele não é suficiente para compensar o impacto negativo do varejo físico”, apontam.
Com isso, eles preveem redução de 24,5% na receita líquida, enquanto o Ebitda ficará negativo em R$ 117 milhões, dada a pressão em margem bruta.
“Por fim, estimamos um prejuízo líquido consolidado de R$ 108 milhões, que se comparam com R$ 46 milhões no primeiro trimestre”, dizem.
A C&A divulgará seus resultados no dia 13 de maio.
C&A | 1ºTri 21 | A/A |
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Receita líquida | R$ 738 mi | -24,50% |
Ebitda | R$ -117 mi | – |
Lucro (prejuízo) | R$ (108 mi) | – |