Ação ‘esquecida’ do varejo já entregou retorno de 278%; vale a pena comprar?
Que o varejo não vive um bom momento, isso já é do conhecimento de muitos investidores. Papéis como Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3) estão bem longe das suas máximas. Mesmo o varejo de vestuário, considerado mais resiliente por analistas, também passa por dificuldades. A Lojas Renner (LREN3), por exemplo, tomba 25% e negocia nas mínimas de sete anos.
Porém, uma empresa, que até pouco tempo também passava por problemas, tem animado o mercado. Trata-se da C&A (CEAB3). No ano, o papel já dispara 278%. E o motivo é bem simples: a companhia entregou resultados.
No terceiro trimestre, a receita líquida consolidada da C&A foi de R$ 1,5 bilhão, alta de 9% ante o ano passado. O segmento de mercadorias consolidou um faturamento líquido de R$ 1,4 bilhão (alta de 8,7%), impulsionado pela performance da categoria de vestuário (elevação 12,6%).
Apesar de ainda apresentar prejuízo de R$ 44 milhões, a companhia reduziu o número negativo em 28%.
Para a XP, a empresa apresentou resultados acima das estimativas, com um Ebitda bem acima das projeções, resultado de uma melhor margem bruta em vestuário e menores despesas com vendas, principalmente de marketing.
Já o Santander classificou os resultados como modestos, com o terceiro trimestre mostrando recuperação relevante de vendas ajudada por comparações fáceis, mas ainda registrando um prejuízo líquido apesar das melhorias de lucratividade.
“Vemos as melhorias graduais, mas constantes, como positivas, uma confirmação da sua recuperação operacional, pelo que antecipamos uma reação positiva das ações, também devido a uma maior redução da alavancagem financeira (para 1,0x dívida líquida/Ebitda)”, destaca.
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Vale a pena comprar C&A?
Mesmo com as melhoras, Santander e XP ainda não estão confiantes para recomendar a compra do papel. Ambos possuem indicação neutra, com preço-alvo de R$ 6,50 e R$ 6, respectivamente.
Já a Genial vê oportunidade na empresa, com preço-alvo de R$ 8,20 e recomendação de compra.
“A performance da vertical de vestuário superou as expectativas, com aceleração do ritmo de crescimento e contínuos ganhos de rentabilidade provenientes de melhorias nos modelos de distribuição e precificação”, completa.
A corretora considera ainda o valuation da C&A atrativo, precificada a 2,4x EV/Ebtida. Além disso, aponta que a C&A negocia com desconto em relação aos seus principais concorrentes Lojas Renner e Guararapes (GUAR3).
Entre os pontos positivos para a recomendação de investimento, estão:
- a retomada do plano de expansão de lojas a partir de 2024;
- o novo patamar de margem bruta indicado pelo avanço da forma de distribuição, trazendo um maior nível de produtividade e menores níveis de remarcações;
- negociando em um valuation e múltiplos abaixo de seus pares; e
- a evolução da C&A Pay como catalisador positivo