BusinessTimes

C&A Brasil aproveita “bandeira amarela” da pandemia para afiar operações

23 abr 2021, 12:01 - atualizado em 23 abr 2021, 12:01
C&A Varejo Moda Empresas
A C&A Brasil opera cinco centros de distribuição, sendo um deles com unidade compartilhada para operações das lojas físicas e online (Imagem: Reuters/Arnd Wiegmann)

A C&A Brasil tem aproveitado o período de fechamento forçado de lojas físicas causado pela fase mais aguda da pandemia para investir em digitalização de processos e na logística para ficar pronta para a retomada das vendas quando a vacinação contra Covid-19 se consolidar no país.

Ao mesmo tempo em que a varejista busca inserir análise de dados em todos os processos decisórios, está investindo em soluções logísticas que incluem a troca do sistema de gestão de seus centros de distribuição, que deve ter a sua implementação finalizada até o final do ano.

A C&A Brasil opera cinco centros de distribuição, sendo um deles com unidade compartilhada para operações das lojas físicas e online.

“Houve um problema na pista que todo mundo teve que andar mais devagar e alguns tiveram a oportunidade de ir para o box e consertar o carro de uma forma mais rápida que outros. Esse é o momento em que estamos vivendo”, disse o diretor financeiro da varejista de moda, Milton Lucato Neto.

Com a atualização do sistema dos CDs, estratégia que acompanha o investimentos em logística que está sendo implementada por grandes redes de varejo do país, a C&A Brasil espera ganho de eficiência, podendo gerenciar em tempo real o estoque e funcionários.

Os CDs do Estado de São Paulo serão os primeiros a adotar o novo sistema de gestão, o WMS Manhattan Active Warehouse Management.

A varejista também começa a montar a partir de meados deste ano robôs para automatizar funções em seus centros de distribuição.

Os equipamentos poderão trazer os itens comprados por clientes online até o operador da mesa de montagem de pedido.

O novo sistema de robôs será implementado inicialmente somente no centro de distribuição do e-commerce da companhia localizado em Cotia (SP). A previsão é que o sistema esteja operacional até o final do ano.

“No final do dia, é como se fosse um encaixe de peças…que dará mais agilidade e melhor acuracidade de entendimento da demanda na ponta”, afirmou a diretora de relações com investidores da companhia, Roberta Noronha, citando também redução na necessidade de descontos e aumento de vendas.

Os executivos evitaram fazer projeções de desempenho.

Segundo a executiva, a C&A também está ampliando a implementação das etiquetas com tecnologia RFID (identificação por radiofrequência) nos produtos, o que espera finalizar em 2022.

Para 2021, a companhia busca fechar com 50% a 60% das categorias de produtos identificadas com o sistema. Em média, segundo a C&A Brasil, a tecnologia permite contabilizar mais de 500 peças por minuto, acelerando a tomada de decisões.

A executiva também citou que a divisão de transportes da companhia  que até 2020 tinha os Correios como principal provedor logístico – está em processo de mudança, com a C&A Brasil trazendo mais parceiros para movimentar seus produtos.

“Na hora que sair a bandeira amarela…você vai ver a velocidade”, disse Neto.

A C&A Brasil, assim como outras varejistas com forte presença física, sofreu no ano passado em razão das medidas de isolamento social, terminando 2020 com um prejuízo líquido de 166,3 milhões de reais e queda de 22,7% na receita líquida.

A companhia tem atualmente uma rede de 300 lojas no país. A última foi inaugurada na cidade do Rio de Janeiro, na quinta-feira.

Dada a incerteza sobre quando a reabertura das lojas se dará de maneira duradoura, a companhia repriorizou recursos para focar em omnicanalidade e em aperfeiçoamento de serviços que permitem aos clientes retirarem produtos comprados online.

A empresa também tem acompanhado a tendência de varejistas maiores e transformando suas lojas em mini centrais de distribuição de produtos.

Mas a empresa não pretende seguir por ora o movimento dos grandes marketplaces como Mercado Livre, B2W (BTOW3) e Magazine Luiza (MGLU3) que estão se aventurando em categorias de produtos cada vez mais amplas, disse Neto.

“Temos centenas (de vendedores) e deveremos ter mais centenas desde que esteja relacionado a moda e preferências. Moda não significa só vestuário, roupa, moda tem a ver com tudo que está ao seu redor, é uma forma de se expressar”, afirmou.

Questionado sobre os rumores do mercado sobre atividade de fusão e aquisição na indústria de varejo de moda, Neto optou em apenas endossar o posicionamento da companhia, de que a C&A Brasil segue intensamente focada no desenvolvimento dos seus planos de negócio.

As especulações ganharam fôlego após a Cia Hering (HGTX3) divulgar que recusou oferta de aquisição da empresa feita pela Arezzo (ARZZ3) e Lojas Renner (LREN3) anunciar oferta de ações primária que deve reforçar significativamente seu caixa.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar