C&A: analistas chamam atenção para vendas pré-covid melhores do que o esperado
A Ágora Investimentos se surpreendeu com os resultados do primeiro trimestre de 2020 da C&A (CEAB3). Apesar da queda significativa dos números no período, a corretora destacou o crescimento das vendas e da lucratividade no cenário pré-pandemia.
Até meados de maio, a C&A reportou crescimento de 7,3% do SSS (Vendas Mesmas Lojas), tendo a categoria Moda avançado 9,3%.
“Isso mostra que a C&A está começando a cumprir os planos apresentados durante o IPO do ano passado”, comentaram os analistas Richard Cathcart e Flávia Meireles.
A situação mudou drasticamente depois que os surtos de coronavírus começaram a pipocar no Brasil. Por conta das restrições impostas pelos governos estaduais para conter a disseminação da doença, as lojas da companhia foram temporariamente fechadas, impactando o lucro, o Ebitda e, principalmente, o SSS, cujo índice encerrou em -9,7%.
O prejuízo líquido pró-forma foi de R$ 45,9 milhões, enquanto a receita líquida atingiu R$ 976,9 milhões. O Ebitda ajustado retraiu 87,9% na comparação anual, encerrando em R$ 4,8 milhões.
Curto prazo desafiador
O curto prazo se mostra bastante complicado para a varejista de moda, de acordo com o BTG Pactual (BPAC11).
“A C&A deve enfrentar um cenário desafiador no curto prazo por conta da presença da covid-19 no Brasil (com o fechamento de lojas parcialmente amparado pela maior participação das vendas no e-commerce)”, afirmaram os analistas Luiz Guanais e Gabriel Savi.
No entanto, o banco acredita que a aceleração de abertura de lojas nos próximos anos, a implementação da estratégia Push&Pull e o avanço do comércio eletrônico poderão sustentar as perspectivas de crescimento da companhia.
A recomendação do BTG para a ação é de compra, com preço-alvo em 12 meses de R$ 18.