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C6 vai espalhar unidades de atendimento presencial no Brasil até 2023

19 out 2022, 12:36 - atualizado em 19 out 2022, 12:36
C6 Bank
O banco também pretende usar o contato físico como ferramenta para identificar preferências regionais dos clientes e desenvolver ações de relacionamento, como descontos em restaurantes e convites para eventos (Imagem: Divulgação)

O C6 vai inaugurar nas próximas semanas seus primeiros cinco escritórios de atendimento presencial, ampliando a concorrência do banco digital apoiado pelo JPMorgan com grandes bancos de varejo no Brasil pelos cobiçados clientes de alta renda.

O movimento vem pouco mais de um mês após o banco criado em 2019, ter lançado a Carbon, plataforma para atender a faixa dos seus cerca de 20 milhões de correntistas que têm renda superior a 15 mil reais por mês ou mais de 150 mil em investimentos.

Segundo o chefe de Alta Renda do C6, Felipe Wey, a ideia é ter ao menos um escritório em cada capital do país e em outras cidades com maior público de alta renda nos próximos meses. Ele evitou citar uma meta precisa, mas disse devem ser abertas “dezenas de escritórios até o fim de 2023”.

Com cerca de 10 funcionários cada, os escritórios terão uma estrutura diferente das agências de grandes bancos, com uma objetivo mais de relacionamento, para aumentar o engajamento dos clientes. “Em algum momento, os clientes querem uma assessoria mais detalhada, querem conversar”, disse ele à Reuters.

O banco também pretende usar o contato físico como ferramenta para identificar preferências regionais dos clientes e desenvolver ações de relacionamento, como descontos em restaurantes e convites para eventos.

O C6 estima em cerca de 5 milhões de pessoas no país o mercado de alta renda, um segmento que se sente mal atendido pelas maiores instituições do mercado, segundo pesquisas contratadas pelo banco digital.

Plataformas de serviços financeiros estão acelerando o passo para tentar obter mais receitas por cliente, no momento em que investidores têm estado bem mais céticos em relação a negócios baseados em alto crescimento, dado o cenário de juros altos.

Nesse aspecto, o Carbon encaixa-se na estratégia mais recente dos bancos digitais de buscarem vender mais produtos por cliente, como de investimentos, seguros e crédito.

Depois de formarem bases com dezenas de milhões de clientes durante os cerca de dois anos de restrições de contato social impostos durante a pandemia, bancos e fintechs têm sido forçados a moderar seus planos, em muitos casos demitindo parte de suas equipes.

O C6, formado por ex-executivos do BTG Pactual, chegou a demitir cerca de 60 pessoas no começo da pandemia, em 2020, mas voltou a reforçar o time e, hoje tem cerca de 3,8 mil funcionários, quase quatro vezes mais do que há dois anos.

Para o Carbon, o banco contratou cerca de 200 funcionários, vários no mercado de atendimento a clientes de alta renda, que tem entre as marcas mais conhecidas o Bradesco Prime, o Personnalité, do Itaú Unibanco, e o Van Gogh, do Santander Brasil.

“Até o primeiro trimestre de 2023, esse time deve dobrar”, disse Wey, ele mesmo um executivo egresso do Personnalité.

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Mudança de postura?

Plataformas digitais, com estrutura muito mais leve do que os bancos de varejo, estão gradualmente enxergando oportunidades de ampliar a base de clientes – e de fazer mais negócios com os atuais – ao terem unidades físicas.

A fintech Voltz, da Energisa, começou nos últimos meses a usar unidades de atendimento da distribuidora de energia para oferecer serviços como conta digital e cartões de crédito.

A startup de serviços contábeis para pequenas empresas, Contabilizei, recebeu em março um aporte de 60 milhões de dólares para, entre outros fins, inaugurar agências físicas em shopping centers.