BV tem lucro 8,6% maior no 1º tri, prevê retomada do mercado de carros usados
O BV anunciou nesta terça-feira que teve líquido recorrente de 388 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 8,6% ante mesma etapa de 2021, com maiores margens com crédito compensando o efeito de provisões mais altas para perdas com calotes.
O resultado veio mesmo após forte desaceleração do mercado de financiamentos de carros usados, que o BV lidera no país, com as novas concessões para o setor mostrando queda de 18,5% ano a ano.
Esse desempenho mais fraco foi compensado com a expansão dos empréstimos para empresas do chamado “middle market” (receita anual de 300 milhões e 1,5 bilhão de reais) e dos setores que o BV chama de “avenidas de crescimento”, como financiamentos para compra de painéis de energia solar (+162%).
Com isso, a carteira de crédito do banco fechou março em 76,2 bilhões de reais, aumento de 5,6% em 12 meses, com a margem financeira bruta evoluindo 12,8%, para 2 bilhões de reais.
A inadimplência na carteira do varejo encerrou o trimestre em 5,1%, com aumento de 0,4 ponto percentual quando comparada ao trimestre anterior, enquanto a de atacado se manteve em 0,2%.
O presidente do BV, Gabriel Ferreira, disse à Reuters que espera estabilização dos níveis de inadimplência ao longo de 2022, enquanto o ritmo de novas concessões se recupera gradualmente, após uma queda acentuada no começo do ano.
De todo modo, o BV elevou as provisões para perdas esperadas com inadimplência em 19,9%. O índice de cobertura encerrou o trimestre em 221%.
“Na virada do terceiro para o quarto trimestre de 2021, começamos a observar um aumento da inadimplência nas safras de veículos para pessoas físicas”, disse Ferreira, mencionando o cenário macroeconômico adverso, com inflação e juros elevados.
Em outra frente, as operações de renda fixa com liderança do BV dispararam 244%, a 8,8 bilhões de reais, com destaque para o setor de saneamento.
No braço de banco digital, o volume transacionado mais do que dobrou, a 6,2 bilhões de reais.
Assim, a instituição controlada pelo Banco do Brasil (BBAS3) e pelo grupo Votorantim fechou o trimestre com retorno recorrente sobre o patrimônio líquido de 13,4%, ante 13,3%.
O índice de Basileia do BV fechou março em 16%, alta de 1,4 ponto porcentual em 12 meses.