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BuzzFeed (BZFD) extingue divisão de notícias e acende alerta para investidores; ações desabam quase 20%

20 abr 2023, 17:39 - atualizado em 20 abr 2023, 17:39
BuzzFeed
BuzzFeed anunciou demissão de 180 colaboradores e descontinuidade do segmento de notícias (Imagem: REUTERS)

Grande conhecida do público millenium, a BuzzFeed (BZFD) anunciou nesta quinta-feira (20) que irá descontinuar a divisão de notícias, o que inclui a sucursal brasileira.

Em um comunicado internado obtido pelo Yahoo Finance, a empresa comunica que demitirá 15% do seu quadro total de funcionários, o que corresponde a 180 pessoas. O intuito, segundo a companhia, é tornar o negócio “mais ágil e mais focado”.

O BuzzFeed também informou que irá reduzir orçamentos, fechar vagas e se desfazer de ativos imobiliários como parte do esforço de corte de custos.

O anúncio surpresa foi seguido de uma reação negativa dos mercados, com o papel do BuzzFeed assumindo perdas de quase 20% no pregão desta quinta-feira (20), a US$ 0,77 por ação.

A empresa gerida por Jonah Peretti entrou no mercado de capital aberto através de um problemático SPAC (Special Purpose Acquisition Company), os IPOs em “cheque em branco” que dominaram a cena do mercado em 2021.

Diferente dos IPOs clássicos, nos SPACs, os investidores entregam aos gestores o capital que desejam investir, confiando na capacidade deles em encontrar boas oportunidades de negócios. Assim, o levantamento de capital é feito antes mesmo de saber qual companhia será selecionada.

Porém, de lá para cá, a sorte do BuzzFeed no mercado aberto de capitais foi amarga. A empresa acumula uma queda superior a 90%, fazendo crescer a pressão entre acionistas para que a empresa se desvencilhasse das linhas não lucrativas, como a do segmento de notícias.

O prejuízo do BuzzFeed vem, em parte, da não suscetibilidade das grandes plataformas — como Facebook, Twitter e Instagram — em prover apoio financeiro para financiar o tipo de jornalismo que a empresa praticava, considerado “ideal” para redes sociais.

Na nota a qual o Yahoo teve acesso, o CEO Jonah Peretti disse estar arrependido com o rumo tomado pela companhia que gere e que deveria ter se preocupado mais com a saúde financeira do Buzzfeed, especialmente agora que incertezas macroeconômicas começam a gerar falências no mundo corporativo.

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Não é só o BuzzFeed: layoffs chegam a grandes empresas de comunicação

As demissões em massa, que até o início do ano se concentravam no setor tech, começam a se espraiar com mais intensidade para outros setores da economia, como as companhias de mídia e comunicação dos Estados Unidos.

Além do BuzzFeed, a Disney (DIS) reportou ontem que demitirá cerca de 7.000 funcionários, começando a partir da semana que vem.

A medida faz parte de uma estratégia para cortar US$ 5,5 bilhões em custos anuais. Os cortes estão sendo realizados em toda a empresa, inclusive na Disney Entertainment, uma unidade criada em uma reestruturação este ano como sede dos negócios de produção e distribuição de filmes e TV da empresa, incluindo streaming.

Comcast da NBCUniversal, Warner Bros. Discovery e Paramount também estão reduzindo seu número de funcionários, à medida que a atenção de Wall Street muda para o impacto dos juros sobre o custo das operações digitais.