Buscapé lança plataforma de conteúdo
O Buscapé, marca que pertence à Mosaico (MOSI3), colocou no ar uma nova plataforma de conteúdo em busca de prender ainda mais o consumidor na batalha pelo e-commerce.
A produção de conteúdo não é uma novidade para a Mosaico. O Zoom, seu outro portal de buscas, já faz esse tipo de serviço desde 2011, quando foi fundado. E é justamente essa expertise que a empresa quer levar para o Buscapé.
Para reforçar esse time, a companhia trouxe Clarissa Assumpção, que já teve passagens pela Ágora Corretora, Match.com e Globo, onde trabalhou com desenvolvimento de produtos no TechTudo e GShow.
De acordo com a executiva, a nova área vai levar informações, como comparativos, reviews, vídeos que mostram o funcionamento do produto e um guia de compras, para ajudar o consumidor na hora de escolher qual o melhor produto.
“Nós não temos compromisso só com o preço mas também com o consumidor. Queremos que ele tenha a melhor educação possível sobre quais os produtos, serviços, e o melhor momento de comprar”, aponta Clarissa, que conversou com exclusividade com o Money Times.
Segundo ela, a ideia é oferecer conteúdo em todos os pontos de contato do usuário. “E se ele não estiver na plataforma do Buscapé, a gente vai trazê-lo de volta”, completa.
“Quando você tem todo um ecossistema, é muito mais interessante. Ele vai ler o conteúdo e fazer toda a jornada dentro do portal. É muito mais interessante acompanhar a jornada do início ao fim, desde o momento em que ele não sabe o que quer comprar, passando por vários serviços, como alerta de preços, histórico e as melhores ofertas”, argumenta.
Segundo Clarissa, os consumidores têm necessidades e tomadas de decisão diferentes. E aí que a produção de conteúdo pode fazer a diferença entre efetuar a compra ou não.
“Quando se tem um rol de serviços que dá conta desse nível de personalização é muito poderoso, mais do que simplesmente oferecer o melhor preço”, diz.
Para Thiago Flores, CEO da Mosaico, esse é um grande diferencial da plataforma. “Por isso que se fala que a Mosaico é única porque é o único player que entrega tudo isso para o consumidor”, afirma.
Na visão do Credit Suisse, com a disputa cada vez mais acirrada pelo e-commerce, os sites terão que ir além dos produtos e serviços.
“Estamos vendo esforços crescentes para as plataformas inserirem conteúdo em seus ecossistemas, com o objetivo de gerar engajamento do usuário”, observa.
De acordo com o banco, é o engajamento e uma taxa de conversão alta que diferenciará as plataformas que crescem e geram valor para os acionistas dos portais que só crescem.
Além do conteúdo, a Mosaico também já oferece cupons de desconto e cashback.
Pandemia e e-commerce
Durante os períodos mais agudos da pandemia, muitas pessoas que não tinham o hábito de comprar pela internet se viram obrigadas a recorrer ao meio eletrônico, o que trouxe consumidores menos experientes e, consequentemente, com mais dúvidas.
Clarissa destaca que esse é mais um ponto positivo de desenvolver conteúdo próprio. “Educar esse consumidor é importante para descobrir o que comprar, como comprar e qual a melhor forma”, ressalta.
Já para Flores, o e-commerce vai continuar com um crescimento forte, apesar da reabertura das lojas físicas.
“Hoje a penetração, mesmo com a pandemia, ainda é muito baixa, em torno de 10%. A penetração da internet, no entanto, é alta. Tem um caminho imenso a ser explorado”, finaliza.