Energia Solar

Buscando maior eficiência, painéis solares do futuro terão duas faces

03 dez 2019, 11:30 - atualizado em 03 dez 2019, 11:30
Energia Solar
Os painéis bifaciais devem responder por 15% do mercado global em 2020 em relação a 4% este ano (Imagem: REUTERS/Alvin Baez)

Clientes do setor de energia solar querem cada vez mais painéis que capturem energia da parte exposta ao sol e da parte da sombra, já que a queda dos preços dos componentes finalmente permite que esses produtos ofereçam uma boa relação qualidade-preço.

Os painéis bifaciais, como a tecnologia é conhecida, devem se tornar o padrão do setor, segundo a LONGi Green Energy Technology, uma das maiores fabricantes globais do setor de energia solar. Esses painéis já predominam no Oriente Médio e ganham mercado nos EUA, Europa e em outras regiões, de acordo com outro fabricante.

A mudança é impulsionada por peças cada vez mais baratas, que tornam os produtos mais rentáveis, embora a instalação do vidro solar na parte inferior dos painéis aumente a produção de energia em menos de 10%, segundo a BloombergNEF.

Os painéis bifaciais devem responder por 15% do mercado global em 2020 em relação a 4% este ano, disse na terça-feira Wang Xiaoting, analista da BloombergNEF, durante a cúpula anual da empresa de pesquisa realizada em Xangai.

Nos painéis bifaciais, os fabricantes substituem o material opaco por uma substância transparente que permite que as células fotovoltaicas capturem energia de ambos os lados. A quantidade de energia que podem obter da parte inferior depende de vários fatores, como a altura em que o painel está montado e que tipo de material está abaixo dele.

Os painéis podem aumentar os retornos entre 5% e 8%, com potencial para subir outros 7 pontos percentuais, disse Xing Guoqiang, diretor de tecnologia da Canadian Solar, que testou os bifaciais em projetos do deserto de Mojave, na Califórnia, como também na Mongólia Interior, na China.

Cerca de 40% dos projetos solares nos EUA usarão os painéis no ano que vem, disse Yin Rongfang, vice-presidente executivo da Trina Solar. O painéis bifaciais já são maioria no Oriente Médio, e a Europa caminha nessa direção, disse. A China também está interessada na tecnologia, pois busca produtos mais eficientes, afirmou Lu Chuan, vice-presidente da Zhejiang Chint Electrics.

Ainda assim, o mercado aguarda melhores dados para comprovar o aumento da eficiência dos painéis bifaciais, disse Dennis She, vice-presidente sênior da LONGi. No entanto, as primeiras indicações apontam que o produto deve se tornar padrão do setor, afirmou.

bloomberg@moneytimes.com.br