Buscando agradar gregos e troianos, Lula propõe nova taxa para crédito consignado do INSS; confira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs o percentual de 1,97% ao mês para o teto de juros do crédito consignado voltado para aposentados e pensionistas do INSS, em reunião com a equipe ministerial nesta terça-feira (28).
A proposta busca corrigir a redução realizada em 13 de março, que cortou o teto de juros de 2,14% a 1,70% — que levou à suspensão do serviço por diversos bancos, como Itaú ou Banco do Brasil.
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O Ministério da Previdência defende taxa abaixo de 1,90%, enquanto os bancos reivindicam uma taxa de 1,99%. Com a proposta, Lula busca um meio-termo para solucionar a questão.
Agora, está nas mãos do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), responsável pela palavra final sobre a taxa.
Entenda a redução dos juros do consignado para INSS
Em 13 de março, com 12 votos a favor e três contra, a redução da taxa de juros do empréstimo consignado para beneficiários do INSS para 1,70% ao mês foi aprovada. Desde 2022, o patamar mensal estava definido em 2,14%.
A mudança poderia beneficiar mais de 37 milhões de brasileiros — entre aposentados e pensionistas — por meio da redução de taxas nas operações com débito direto na folha de pagamento.
O conselho da previdência social também fixou o limite dos juros do cartão de crédito consignado em 2,62% ao mês — uma redução de 0,44 pontos percentuais.
“Inciativas como essas geram distorções relevantes nos preços de produtos financeiros, produzindo efeitos contrários ao que se deseja, na medida em que tende a restringir a oferta de crédito mais barato, impactando na atividade econômica, especialmente no consumo”, afirmou a Febraban em nota.
O mal-entendido
De acordo com fontes próximas, ouvidas pelo jornal A Folha de São Paulo, o corte de juro no consignado para beneficiários do INSS teria sido feito sem o aval de Lula. A mudança seria resultado de um ruído na comunicação entre o ministro, Carlos Lupi, e o presidente.
A proposta de redução da taxa de juros foi apresentada ao presidente Lula, que autorizou Lupi a tramitar a ideia internamente e ouvisse os demais ministérios, em especial, o da Fazenda.
Entretanto, Lupi compreendeu que o aval teria sido dado para manter a análise do tema na reunião do CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social), onde foi votada e aprovada. A medida não teve apoio da Fazenda, que no cenário atual, estuda possibilidades para lidar com a situação.