Busca crescente por fontes alternativas de alimentos beneficia fundo de capital de risco vegano
Investidores redobram apostas em um fundo de capital de risco com foco vegano quando a pandemia de coronavírus destaca o estresse crescente na produção global de alimentos.
A Blue Horizon Ventures, empresa de capital de risco de Zurique focada em tornar alimentos mais sustentáveis, lançou um fundo de 183 milhões de euros (US$ 222 milhões) que investirá em startups de proteínas alternativas a embalagens inteligentes. O fundo atraiu mais de 100 investidores e superou sua meta inicial de levantar 100 milhões de euros, segundo o sócio-gerente Michael Kleindl.
“Devido à pandemia, a consciência sobre a sustentabilidade e as lacunas no sistema alimentar se tornaram muito evidentes”, disse Kleindl em entrevista. “A Covid acelerou a transição do capital em direção a investimentos mais impactantes e sustentáveis.”
A mudança climática, o crescimento da população e, mais recentemente, a pandemia, estimularam a busca por fontes alternativas de alimentos. Esperando encontrar a próxima Beyond Meat – cujo preço das ações quintuplicou desde a oferta pública inicial em 2019 -, os investidores aproveitam a tendência de substituição da carne por alternativas ecologicamente corretas ou resolver problemas como desperdício de alimentos. Grande parte do investimento em alimentos do futuro está sendo administrado por empresas de capital de risco.
Investidores de capital de risco injetaram US$ 18,1 bilhões nas chamadas foodtechs em 2020, em grande parte graças ao apelo de aplicativos de entrega de comida ou supermercados online, de acordo com a empresa de pesquisas PitchBook.
A Blue Horizon atraiu interesse de investidores institucionais e recebeu capital até de dois fundos de pensão, disse Kleindl, sem dar mais detalhes. Outros investidores incluem o Fundo Europeu de Investimento, as fabricantes de alimentos mexicanas Grupo Bimbo e Sigma Alimentos, Be8 Ventures Management e Givaudan.
A Blue Horizon Ventures, onde cerca de 90% da equipe é vegana ou vegetariana, até agora financiou startups como a produtora de carne à base de vegetais The Livekindly e a fabricante de carne cultivada em laboratório Mosa Meat.
“Realmente tentamos tirar o animal da equação”, disse Kleindl.
A empresa tem planos de lançar um segundo fundo no quarto trimestre, que será um pouco maior do que o primeiro, disse.