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Bunge eleva projeção de lucros para 2022 com oferta de safras reduzida por guerra na Ucrânia

27 abr 2022, 9:21 - atualizado em 27 abr 2022, 9:21
Bunge Agricultura EUA Empresas
As ações da Bunge subiram quase 2% nas negociações de pré-mercado (Imagem: Facebook/Bunge)

A trading global de commodities agrícolas Bunge Ltd divulgou nesta quarta-feira um aumento do lucro ajustado trimestral e elevou sua previsão de lucro para o ano inteiro em 21% devido à demanda robusta e à oferta mais apertada de culturas essenciais desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.

A guerra exacerbou a já escassa oferta de grãos e oleaginosas após a redução das safras na América do Sul e em outras importantes áreas de produção, aumentando a demanda e elevando as margens de processamento de safras para a Bunge.

Os resultados estão alinhados aos ganhos robustos relatados pela rival Archer-Daniels-Midland Co na terça-feira.

As ações da Bunge subiram quase 2% nas negociações de pré-mercado.

Os resultados da Bunge evidenciaram como os comerciantes globais de grãos resistiram ao aumento dos preços das safras e às interrupções na cadeia de suprimentos desencadeadas pela guerra Rússia-Ucrânia.

As duas nações fornecem quase um terço das exportações mundiais de trigo, um quinto do milho comercializado globalmente e cerca de 80% do óleo de girassol.

Maior divisão da Bunge, a unidade de agronegócios registrou queda de 7% nos volumes e um aumento de quase 15% nas vendas líquidas devido às fortes margens de esmagamento de soja nos Estados Unidos, Europa e Brasil. Resultados mais fracos na Europa e na China compensaram parcialmente esses ganhos.

A unidade de óleos refinados e especiais da empresa viu os lucros ajustados saltarem 45%, puxados por uma demanda sólida de alimentos e combustíveis na América do Norte.

O lucro do segmento de moagem da Bunge aumentou quatro vezes em relação ao ano anterior, impulsionado por margens e volumes mais altos nos EUA e na América do Sul.

Certos impactos de marcação a mercado, que a empresa descreve como temporários, reduziram o lucro líquido para 4,48 dólares por ação no trimestre encerrado em 31 de março, ante 5,52 dólares no ano passado.

Excluindo os itens pontuais, o lucro foi de 4,26 dólares por ação, em comparação com 3,13 dólares por ação no ano anterior, superando a estimativa de consenso dos analistas de 2,94 dólares, segundo o Refinitiv IBES.

A Bunge elevou sua projeção de lucro ajustado para o ano inteiro para 11,50 dólares por ação, de 9,50 dólares anteriormente, em resposta ao forte trimestre e a uma perspectiva favorável de margem de esmagamento.

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