Bull Market e Bear Market: o que são e como funcionam?
Bull Market e Bear Market são duas expressões muito usadas no mercado financeiro. Aposto que você já ouviu alguma delas no noticiário. Quer saber mais?
O que é Bull Market?
“Bull market” é uma expressão usada para denominar momentos de extremo otimismo no mercado financeiro. Neste cenário, as ações são levadas por um movimento de crescimento fora do normal. O termo pode ser usado para designar uma ação, um setor ou até o mercado como um todo.
Na prática, é considerado um Bull Market quando a valorização tem crescimento de 20%. Com essa alta expressiva, o otimismo toma conta dos investidores o que acarreta uma natural atração para compra desses ativos. É claro que todo esse cenário é impulsionado por fatores que ultrapassam o valor do índice.
Esse fenômeno é o oposto ao chamado “Bear Market” que é quando o sentimento dominado pelos investidores é de pessimismo e crise. Desta vez, os índices econômicos são puxados para baixo e as fortes quedas estimulam investidores a deixaram os ativos e desvalorizando os títulos ainda mais.
Qual a origem do termo Bull Market?
A possível origem desses dois nomes é por conta da forma com que esses dois animais, o Touro e o Urso (Bull e Bear), tratam suas vítimas.
Enquanto o touro ataca sua presa usando os chifres e alavancando-a para cima, o urso dá golpes em direção ao chão, com o objetivo de esmagá-la. Nestas duas lógicas, o Bull Market é quando as ações são estimuladas para cima e o Bear Market quando os ativos são jogados para baixo.
Esses termos são tão usados no mercado que eles geraram até mesmo adjetivos para medirem os sentimentos dos investidores: “bullish” significa otimista e o “bearish” é pessimista.
Como reconhecer um Bull Market?
Não existe fórmula para identificar cenários como esses. No entanto, é possível encontrar índices que mostram quais as tendências do mercado e possíveis movimentos dos investidores. Para isso, é preciso uma análise não só matemática mas também macroeconômica.
Influências políticas, decisões econômicas, descobertas tecnológicas podem ser gatilhos para que o cenário de otimismo apareça em determinado mercado.
Para isso, é importante estar atento aos índices da bolsa de valores, o cenário de otimismo em relação a algum evento ou mesmo acompanhar como anda o ritmo de investimento em ativos de renda fixa.
Se o investidor consegue encontrar esses movimentos, é provável que ele aproveite a volatilidade do mercado para ganhar dinheiro. Aliás, esse é o desejo da grande maioria dos acionistas.
Quanto tempo dura um Bull Market?
Assim como o Bear Market, não é possível definir quanto tempo vai durar um Bull Market – podendo ser dias, meses ou anos. Se analisarmos a longo prazo, é possível encontrar nos gráficos os momentos de euforia e quanto tempo eles duram.
Um exemplo pode ser feito com um dos índices econômicos usados pelas bolsas de valores de Nova York, o S&P 500. De 2009 para 2019, a valorização desse indicador chegou a 276%. Com esse crescimento, alguns especialistas acreditam ter sido o maior Bull Market da história dessas bolsas.
No Brasil, o cenário econômico não era diferente. A onda de otimismo também pairava sobre a B3, que tinha expectativa de atingir os 250 mil pontos. Mas a chegada do coronavírus interrompeu o forte crescimento da bolsa brasileira. No entanto, especialistas ainda acreditam na retomada do ritmo anterior.
O que é Bear Market?
Bear Market é uma expressão usada para explicar o clima de pessimismo e queda acelerada de uma determinada ação ou setor. Geralmente, é utilizada quando um ativo cai mais de 20%. Como o mercado é sensível a esses movimentos, é normal que num cenário desses os índices continuem caindo ainda mais.
Esse fenômeno é o oposto ao “Bull Market”, que é quando esse movimento acontece no sentido do crescimento de alguma ação ou setor. Com um mercado volátil, os ritmos de queda ou ascensão são sempre movidos por um “efeito manada”. Nessa situação, o clima de incerteza ou euforia toma conta de todos os investidores que atuam para vender ou comprar ações.
Qual a origem do termo Bear Market?
Não há um consenso sobre esse assunto, mas alguns especialistas acreditam que o termo surgiu por conta da forma com que o urso mata suas presas. Nestas ocasiões, esse animal sufoca sua vítima dando golpes de cima para baixo. Com essa lógica, o Bear Market (“Mercado do Urso”) aniquila as reputações das ações puxando elas para baixo com golpes de quedas acentuadas.
Ao contrário disso, o Bull Market (Mercado do Touro), golpeia suas vítimas com os chifres, de modo a alavancá-las. Esses termos são tão usados que geraram até outros adjetivos: “bullish” e “bearish” são palavras usadas para chamar os otimistas e pessimistas, respectivamente.
Como reconhecer um Bear Market?
O mercado dá alguns sinais antes de apresentar um sistema de pessimismo generalizado. Existem parâmetros que indicam esse cenário, como quedas nas bolsas, clima de incerteza, fuga de investimentos de renda variável e início de uma crise financeira.
Diferente daquela lógica onde as ações baixas são boas oportunidades para compra, o cenário de um Bear Market muda um pouco essa tese. Isso porque a situação pode ficar tão negativa que a valorização de determinada empresa pode demorar anos e anos para voltar ao patamar anterior antes da crise.
Por esse motivo, é fundamental estar atento às informações do cenário macroeconômico para que os prejuízos da onda de pessimismo não prejudiquem também a sua carteira de investimento.
Quanto tempo dura um Bear Market?
Não há resposta certa para essa pergunta, uma vez que o tempo de recuperação ou declínio pode demorar dias, meses ou anos. Por exemplo, a B3 teve algumas crises que levaram anos para que voltasse ao patamar em que estava antes.
Em 1997, a bolsa de valores brasileira atingiu os 12.620 pontos, depois disso começou a cair até chegar nos 2.160 pontos em 2003 – quando o Bear Market foi interrompido. Ou seja, o período de declínio durou cinco anos até a recuperação.
Podemos considerar a pandemia do coronavírus um Bear Market que derrubou as ações do mundo todo. A B3 por exemplo era cotada em 118 mil pontos em janeiro de 2020, dois meses depois caiu para 66 mil pontos. A recuperação ainda vem acontecendo para voltar ao patamar anterior.