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BTG vê risco no mercado de aves, mas esta empresa ainda é top pick do setor

20 fev 2025, 12:30 - atualizado em 20 fev 2025, 12:39
aves-frango
(Foto: iStock / PeopleImages)

O BTG Pactual acredita que o momento favorável do frango pode estar ameaçado. Em relatório divulgado nesta terça-feira (18), o banco ressalta movimento incomum no ciclo avícola e vê possível aumento de oferta impactando preços e margens.

Neste cenário, o banco mantém a recomendação de compra apenas a JBS (JBSS3), sustentada por seus resultados sólidos e forte geração de caixa. Segundo os analistas, as operações diversificadas da empresa proporcionam uma proteção natural contra uma desaceleração do ciclo avícola.

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O banco define o preço-alvo de R$ 48 para JBSS3, que representa um potencial de valorização de mais de 52% em relação ao fechamento da última quarta-feira (19).

Em relação a outros papéis do setor, como a BRF (BRFS3), os analistas temem a maior exposição ao segmento de aves, tornando a ação mais vulnerável. A Marfrig (MRFG3), controladora da BRF, também convive com a mesma incerteza.

Ciclo das aves em trajetória incomum

De acordo com o BTG, o ciclo da carne de frango normalmente dura nove meses, considerando o tempo que uma ave leva para atingir a maturidade e botar ovos que geram novos animais, além do tempo necessário para que eles cresçam até o peso de abate.

A grande questão do momento é que o ciclo tomou um rumo incomum, com as margens permanecendo historicamente elevadas por um período prolongado. No entanto, a produção não acompanhou o ritmo de crescimento esperado nestas condições.

Os analistas afirmam que a redução no número de fêmeas, chamadas de matrizes, e o aumento das taxas de mortalidade têm sido as principais restrições ao crescimento da oferta no Brasil e nos Estados Unidos (EUA). Os países são os maiores produtores de carne de frango no mundo, responsáveis por 58% das exportações globais.

Apesar de um período mais longo para se estabilizar, a produção dá sinais de recuperação, com a projeção de que a capacidade de colocação de pintinhos deve crescer 3,3% no Brasil em 2025. Se as taxas de mortalidade caírem para os níveis de 2023 a oferta pode aumentar entre 5,7% e 6,7% no Brasil e nos EUA.

Diante do iminente aumento de produção, o BTG considera que o setor corre risco de compressão de margens, já que as empresas serão pressionadas a reduzir os preços. Por este motivo, a diversificação geográfica e de proteínas da JBS garante a solidez na recomendação de compra.

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gustavo.silva@moneytimes.com.br
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